Armando Vara foi detido na quinta-feira, na sua casa em Cascais, na sequência de uma operação que envolveu buscas à sua residência, aos seus escritórios e à sede da Caixa Geral de Depósitos, da qual foi administrador.
O ex-ministro do governo socialista de António Guterres foi detido no âmbito da Operação Marquês, a mesma que levou à detenção do ex primeiro-ministro José Sócrates em novembro do ano passado.
Vários órgãos de comunicação noticiam que esta detenção para interrogatório está relacionada com a investigação ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve.
Armando Vara foi detido na quinta-feira numa ação dirigida por um magistrado do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que envolveu várias equipas deste departamento e mobilizou também elementos da Autoridade Tributária e da Polícia de Segurança Pública.
Além de ministro e de secretário de Estado, Armando Vara foi também administrador do Millennium BCP.
Armando Vara, que foi ministro Adjunto do Primeiro-Ministro no segundo Governo liderado por António Guterres, encontra-se detido no Comando Metropolitano de Lisboa, à espera para ser ouvido pelo juiz.
No âmbito da Operação Marquês, Sócrates está detido no Estabelecimento Prisional de Évora desde novembro do ano passado, indiciado por fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais.
José Sócrates é o único arguido que continua detido preventivamente, encontrando-se no estabelecimento prisional de Évora desde novembro do ano passado.
Em prisão domiciliária no âmbito deste processo encontram-se o empresário Carlos Santos Silva, amigo de Sócrates, e o administrador do grupo Lena Joaquim Barroca. O ex-motorista de Sócrates, João Perna, encontra-se em liberdade provisória mediante apresentações periódicas, depois de ter estado em prisão preventiva.
Neste processo, ainda arguidos são o administrador da farmacêutica Octapharma Paulo Lalanda de Castro, a mulher de Carlos Santos Silva, Inês do Rosário, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o presidente da empresa que gere o empreendimento de Vale do Lobo, Diogo Gaspar Ferreira.
Notícias publicadas na imprensa indicam que o Ministério Público suspeita que Sócrates terá recebido "luvas" no valor de 12 milhões de euros, relacionadas com o empreendimento Vale do Lobo, Algarve, através de um circuito financeiro que envolveu os empresários Helder Bataglia (ex-administrador da ESCOM), Joaquim Barroca (grupo Lena) e Carlos Santos Silva, este último amigo de longa data do ex-primeiro-ministro.
A defesa de Sócrates já desmentiu em absoluto qualquer intervenção de Sócrates no Plano Regional de Ordenamento do Territorio (PROT) Algarve 2 com vista a beneficiar o empreendimento de luxo de Vale do Lobo, na costa algarvia.
Armando Vara foi condenado em setembro de 2014 a cinco anos de prisão efectiva no âmbito do processo Face Oculta por tráfico de influências. Esta decisão está em recurso no Tribunal da Relação do Porto.
Lusa/SOL