2. Por que espera então Alberto João Jardim para anunciar a sua candidatura? Aparentemente, o nosso “Imperador da Madeira” está desejoso que apareça uma vaga de fundo que clame, que grite, que lute pela sua candidatura. Alberto João Jardim quer ser o salvador da nossa Pátria! Insurge-se contra a “Europa medricas”, contra o genocídio social, contra a visão financeirista do mundo, contra a discriminação negativa que Pedro Passos Coelho aplicou à Região da Madeira com o argumento diabólico de – imagine-se- querer conter os gastos supérfluos do Governo Regional! Ui, ui, que programa de acção tão providencial que Alberto João Jardim nos propõe! Afinal, o D. Sebastião sempre existe! Perdeu-se em Alcácer Quibir, ressurgiu na Madeira e, agora, quer vir para Belém! Cumpra-se Portugal, D. Sebastião Jardim, cumpra-se!
3. Dito isto, que dizer da viabilidade da candidatura de Alberto João Jardim versão sebastiânica – ou, se preferirmos, do D. Sebastião versão jardinista? Bom, não sabemos se será viável ou não. Temos, contudo, uma certeza: estamos desejosos que Alberto João Jardim se candidate à Presidência da República, com uma candidatura autónoma financiada pelos seus amigos e alguns companheiros de partido de outros tempos que ainda têm tanto dinheiro que não sabem onde gastá-lo. Apostar em Alberto João Jardim será um acto patriótico! Porquê? Por duas ordens de razões.
4. A primeira, porque a candidatura de Alberto João Jardim permite assegurar ao “Imperador da Madeira” (ou, como dizia um amigo meu madeirense, o “Imperador da Banana”, dada a importância da banana para a economia regional madeirense e o gosto de Alberto João Jardim pela banana da Madeira) ter uma reforma feliz e preenchida com a sua paixão de sempre: a política e o poder. Alberto João bateu o recorde de Kadhafi em termos de longevidade no poder – mas Kadhafi morreu no poder. Oliveira Salazar – personalidade histórica com quem Alberto João disputou um lugar no Guiness nacional de “stand still” no poder – morreu no poder. E Alberto João quer terminar a sua vida no poder – ou com a aparência de poder. Candidatar-se a Belém é um exercício lúdico que permite a Alberto João sentir o cheirinho, embora muito ao longe, do poder – e desviar as atenções dos vários erros que cometeu (embora tenha tido virtudes várias) na liderança do governo madeirense e que Miguel Albuquerque está a descobrir.
5. Em segundo lugar, a candidatura de Alberto João fez bem à boa disposição nacional. Alberto, em campanha para Belém, será um fartote de riso! E faz falta animar a malta! Já que o Carnaval já não é feriado em Portugal, ao menos que tenhamos o Rei do Carnaval da Madeira em pleno continente, entre Novembro e Janeiro!
6. Alberto João, Alberto amigo, vem cá ao continente, diverte-nos um bocadinho em campanha para Belém – e, em Janeiro, regressa alegremente para a Madeira.
7. Por todas as razões, saudamos a candidatura de Alberto João. E, já agora, traga os seus companheiros de corso de Carnaval ….e a poncha da Madeira! Vai ser uma festança! E deixem o Miguel Albuquerque trabalhar, em paz e sossego, em prol dos madeirenses.