Depois da denúncia feita há duas semanas pelo ministro da Economia, a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, decidiu encaminhar a investigação para a procuradora que se notabilizou pelo combate à corrupção – Maria José Morgado esteve na origem do caso Apito Dourado, por exemplo.
O DIAP de Lisboa já foi responsável pela investigação de outra burla que ficou famosa há alguns anos: a de Artur Baptista da Silva, o falso consultor da ONU que enganou associações como o International Club of Portugal e a Academia do Bacalhau, além de canais de televisão e o Expresso.
Encontros com burlão
No caso da TAP, o Ministério Público está a reconstituir os passos do burlão, que não teve receio de tentar ganhar vantagens financeiras indevidas com um dos processos mais mediáticos nas privatizações portuguesas.
Um homem ainda de identidade desconhecida – usava o nome de António Vicente, mas não deverá ser verdadeiro – fingiu ser um representante do Ministério da Economia e chegou a estar em encontros com os responsáveis do consórcio de Humberto Pedrosa e Neeleman, que acabou por ganhar a privatização da companhia aérea. «Não temos qualquer informação sobre o assunto», respondeu, porém, fonte do agrupamento ao SOL.
As diligências do burlão terão ainda incluído contactos telefónicos e a tentativa de obter informação privilegiada sobre a subconcessão Carris/Metro – à qual Pedrosa concorreu.