António Costa participou esta noite em Odivelas num debate, que juntou militantes socialistas de todas as idades que, durante mais de duas horas, colocaram questões ao secretário-geral do PS.
A sustentabilidade da Segurança Social, as políticas de emprego e os apoios sociais, foram os principais temas abordados, com muitas críticas ao atual Governo e ao programa eleitoral que a coligação PSD/CDS apresentou na quarta-feira.
"O programa deste Governo é privatizar a Saúde a Escola e a Segurança Social. Empenharam-se em privatizar tudo o que era público e agora pretendem atacar os serviços sociais", acusou o líder socialista.
A propósito da Segurança Social, António Costa afirmou que a medida defendida pela coligação PSD/CDS de introduzir um plafonamento será na prática uma privatização, que irá "descapitalizar o setor público".
"A Segurança Social vai perder 17% das suas receitas. Não é uma medida de estímulo à economia, mas sim uma capitalização do setor privado e uma descapitalização do setor público. Será um prejuízo que irá perdurar durante duas gerações", alertou.
Ainda sobre este tema, o candidato socialista acusou o Governo de ter uma agenda escondida e instou-o a esclarecer onde irá "cortar os 600 milhões" que "prometeu a Bruxelas".
"Não podemos permitir que esta campanha se faça sem que haja um esclarecimento cabal do que se pretende fazer, uma vez que o programa eleitoral apresentado omite esse facto", argumentou.
Nas suas respostas à plateia, António Costa assegurou ainda que para manter a sustentabilidade da Segurança Social não precisará, caso vença as eleições de 04 de outubro, de cortar pensões.
"O que tem afetado a sustentabilidade da Segurança Social é o desemprego e a emigração. O que vai garantir a sua sustentabilidade é a confiança na corrente intergeracional", apontou.
O líder socialista prometeu ainda que irá baixar o IVA da restauração e repor o Complemento Solidário para Idosos e Abono de Família, e assegurou que irá "dar bastante luta" à coligação.
"Temos de dar luta. Eles [coligação] bem podem martelar ou espremer a realidade e fantasiar com país que não existe", concluiu.
Lusa/SOL