"Há hoje menos 218 mil empregos desde que este Governo tomou posse. É a maior destruição de emprego em Portugal dos últimos 50 anos. Não tem nenhum paralelo no estado democrático em Portugal", afirmou a cabeça de lista "rosa" por Setúbal nas legislativas de 04 de outubro, em conferência de imprensa, na Assembleia da República.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego fixou-se nos 11,9% de abril a junho, menos 1,8 pontos percentuais do que no trimestre anterior e dois pontos percentuais abaixo do trimestre homólogo de 2014, o que levara a parlamentar democrata-cristã Cecília Meireles a falar de dados históricos.
"A maioria dá os parabéns a estes números, diz que é um dia histórico, mas eu gostava de perguntar a todos os portugueses que estão desempregados ou emigraram se consideram um dia histórico", disse a vice-presidente da bancada do PS, acusando a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) de "insensibilidade social".
Segundo a deputada socialista "a realidade do desemprego, hoje, não é comparável com 2011 e deve-se a quatro coisas essenciais": emigração (500 mil pessoas), falta de simetria entre redução de emprego e aumento do emprego, desencorajamento e falta de expetativas generalizados e o Estado a assumir-se como maior "empregador", designadamente os desempregados em formação profissional (de 25 mil para 160 mil) e a criação "brutal" de "mais de 70 mil estágios".
"Nunca como hoje o Estado foi tão importante na criação emprego – e coloco entre aspas. Isto não tem a ver com a atividade económica, mas com o empenho que este Governo tem em fabricar estatísticas com fundos estruturais europeus para criar a ilusão de que estamos a ter mais emprego em Portugal", garantiu.
A parlamentar socialista citou ainda o INE para sublinhar que há "1,128 milhões de desempregados portugueses, mais 87 mil do que no segundo trimestre de 2011 e, destes, apenas 268 mil têm subsídio de desemprego".
Lusa/SOL