Kentaro e Kahn – Há mais dois linces-Ibéricos à solta em Portugal

Chama-se Kentaro e chegou a 4 de Agosto a Portugal. Ou melhor, regressou. Kentaro é um dos linces-ibéricos nascidos em Silves que que foi, segundo uma nota do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), reintroduzido “no seu habitat natural na propriedade El Castañar, no município de Mazarambroz, em Montes de Toledo (Espanha).…

Esta é uma boa notícia para conservação daquele que é considerado o felino mais ameaçado de todo o mundo. A mesma nota do ICNF recorda que o número de exemplares registados e seguidos em território nacional ascende agora a 12 linces-ibéricos.

Kentaro foi reintroduzido na Natureza em Espanha ao mesmo tempo que o irmão, Kahn (um lince-ibérico que, dia 28 de Junho entrou em Portugal, após percorrer mais de 1.500 km. Kentaro fazia a mesma distância – mas em sentido oposto. Estará agora de ‘regresso ao lar’.

Kahn e Kentaro são dois espécimes de lince-ibérico nascidos no Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico, em Silves, e reintroduzidos na natureza em Castilla-La Mancha, no âmbito do projeto LIFE + Iberlince, a 26 de Novembro de 2014.

Os dois animais têm sido, aponta o ICNF, “a prova da grande capacidade de dispersão desta espécie”: “Graças às informações fornecidas por colares de GPS, que transportam consigo, é possível acompanhar as suas deslocações e determinar o comportamento de cada animal, o uso dos territórios que percorrem e outros parâmetros biológicos essenciais à conservação da espécie”, explica o organismo.

Os investigadores acrescentam ainda que “através dos dados recebidos, o projeto LIFE + Iberlince [apoiado por fundos europeus] observou que Kahn e Kentaro “viajaram distâncias maiores do que as registadas até agora para a espécie, superando amplamente os 2.500 km em movimento”. Significa isto que “o lince-ibérico é capaz de caminhar mais de 25 km num único dia, o que confirma que a conexão entre áreas de reintrodução atuais é possível”.

Por outro lado, considera-s4e “notável a capacidade de sobrevivência” que Kentaro e Kahn têm demonstrado, alternando as suas áreas de dispersão, com diferentes densidades de coelho-bravo (a sua principal fonte de alimento), e substituindo-a por outras, “alternativas, como roedores e cervos – um “comportamento documentado em outras áreas da presença deste felino, principalmente quando se trata de grandes machos”.

sonia.balasteiro@sol.pt