Salgado classifica como “pura falsidade e fantasia” que os prédios e fracções integrados na Sociedade de Administração de Bens Pedra da Nau tenham passado para a sua esposa.
Contudo, um documento obtido pelo SOL com o registo do arresto do Departmento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) mostra que esta diligência, realizada a 15 de Maio de 2015, abrange 273 prédios e 316 fracções dessa sociedade, como garantia do pagamento de 1.835 milhões de euros.
Com a renúncia de Salgado, e a saída do capital da empresa, o banqueiro desvinculou-se deste património em favor da mulher e dos três filhos. Ricardo Salgado admite ter saído do capital desta sociedade, mas argumenta que esta foi uma decisão “há muito tomada e com total transparência”. Os registos prediais obtidos pelo SOL mostram que o ex-presidente do BES é apenas proprietários de quatro imóveis.
No comunicado, Salgado refere que a notícia do SOL é “apenas mais um episódio da ‘saga’ encetada pelas publicações dominadas pelo Dr. Álvaro Sobrinho”, com o objectivo de atentar contra a sua imagem e bom-nome.
O director do SOL, José António Saraiva, refuta a acusação. “A minha independência é conhecida e nunca publiquei notícias a pedido de ninguém. A questão que se coloca é se a notícia do SOL é falsa ou verdadeira, e nós temos documentos que provam de forma inquestionável a sua veracidade. Este tipo de comunicados tem como objectivo condicionar a nossa informação, mas o SOL tem provado desde a sua fundação que não é pressionável”.