“Quem quer ser primeiro-ministro não divide os portugueses entre nós e eles”, afirmou o também vice-primeiro-ministro em resposta ao líder socialista, António Costa, no discurso da ‘rentrée’ política no calçadão de Quarteira, perante vários milhares de pessoas, acrescentando que, pela parte da coligação PSD/CDS-PP, a campanha vai ser “um exercício de esperança”.
Numa intervenção de mais de 20 minutos, Portas afirmou que “mudança é poder ter a certeza de que não [se voltará] a cair em situações excecionais que levem a medidas excecionais” e que mudança é também “ter a certeza de que a confiança recuperada e que o sacrifício que os portugueses fizeram têm um sentido e permitirão uma vida melhor nos próximos quatro anos”.
Paulo Portas alertou que o Partido Socialista “volta a pôr o défice claramente acima dos 3%” e a dívida pública, na próxima legislatura, “10 pontos acima da projeção entregue pelo Governo”.
“O Partido Socialista volta a não ter a noção das consequências do que é deixar disparar o défice e deixar disparar a dívida e, como não tem essa noção nem dá garantias de prudência nessas matérias, bem pode fazer promessas em cartazes, elas não são viáveis. Prometer tudo a todos no mesmo instante é fazer voltar o país ao ponto de origem e à causa do problema”, acusou o dirigente do CDS-PP.
Sobre a sustentabilidade da Segurança Social, Paulo Portas pediu “mais uma vez aos portugueses que reflitam, que meçam bem as opções”, uma vez que o Partido Socialista se apresenta “a estas eleições com um projeto de diminuição das receitas da Segurança Social que coloca diretamente em causa a sustentabilidade do sistema e o pagamento das pensões a que os aposentados têm direito”.
“A proposta do Partido Socialista em matéria de Segurança Social é, essa sim, um convite disfarçado à privatização da Segurança Social e um risco nada disfarçado para o sistema de Segurança Social público”, afirmou Portas.
O líder do CDS-PP realçou que, se “há um ano poucos diriam que a coligação PSD/CDS-PP poderia ganhar as eleições”, há um mês “surgiram os primeiros sinais de que os portugueses não estavam disponíveis para arriscar o que sacrificaram, nem desperdiçar a retoma moderada, mas firme, que está aí à vista de todos”.
Lusa / SOL