Polícias aderiram ao apelo de não passar multas

O protesto dos polícias que consiste em evitar passar multas começou hoje com uma “forte adesão”, disse à Lusa o dirigente de uma das associações envolvidas, sem contudo avançar com números.

Paulo Rodrigues, dirigente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), explicou à Lusa que não sendo possível traduzir em números, a informação que chegou de todos as secretarias nacionais (em todos os comandos do país) foi a de que a adesão foi muito grande.

A ideia da ação de protesto, chamada de "100% Prevenção" foi "muito bem aceite" pelos polícias, que a consideraram "oportuna e que permite a participação de cada um". E hoje os que puderam levaram o apelo à prática, disse Paulo Rodrigues.

Com esta medida, de um mês, os polícias vão abster-se de passar multas, o que deixará os cofres do Estado com menos alguns milhões de euros.

Além dela, os polícias, convocados pela ASPP/PSP mas também pelo Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP), Sindicato Independente dos Agentes da Polícia (SIAP) e Sindicato Vertical de Carreiras da Polícia (SVCP), têm agendadas para setembro várias manifestações por todo o país, não excluindo o responsável que se faça uma grande manifestação nacional.

Na base destes protestos está a não aprovação pelo Governo das alterações ao estatuto profissional, que já foram discutidas e aprovadas entre as associações e a ministra da Administração Interna.

Anabela Rodrigues já disse que o processo estará terminado até ao fim do mês, pelo que deverá ser aprovado no próximo Conselho de Ministros, o último de agosto.

"Espero que seja aprovado a 27, e se for cancelamos as ações", disse Paulo Rodrigues. Mas acrescentou: "O processo começou há quatro anos, em fevereiro começámos a negociação efetiva e todo o processo terminou em meados de junho, quando nos foi garantido que seria aprovado em julho".

Conta o responsável que depois se esperou que fosse aprovado a 13 de agosto, o que também não aconteceu, pelo que os polícias marcaram as ações que agora começam, muitas delas em plena campanha eleitoral para as eleições de outubro.

É que já a partir da próxima semana vão começar a surgir protestos, todas as semanas e até ao fim do mês, que podem ser manifestações, vigílias ou outro tipo de iniciativa.

Paulo Rodrigues não volta as costas a uma "grande manifestação".

Quatro associações socioprofissionais da GNR, por motivos idênticos, anunciaram hoje manifestações ao longo do próximo mês, que terminarão com uma grande manifestação nacional no último dia de campanha eleitoral, a 02 de outubro. Paulo Rodrigues diz que não foram discutidas manifestações em conjunto, mas não nega que possam acontecer.

Lusa/SOL