Este esquema para ocultar a proveniência do dinheiro foi detectado pelos investigadores da Operação Marquês em buscas a agências e hotéis efectuadas já depois da prisão de Sócrates e é um dos motivos por que este continua em prisão preventiva, segundo um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 21 de Julho, a que o SOL teve acesso e cujos fundamentos eram até agora desconhecidos. Trata-se do segundo acórdão em que a Relação de Lisboa foi chamada a apreciar a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro, na sequência de um recurso da defesa que contestava a reavaliação feita pelo juiz de instrução Carlos Alexandre a 9 de Março.
Entre 2009 e 2014 – ou seja, incluindo o período em que Sócrates foi primeiro-ministro -, as despesas assim facturadas de viagens e hotéis, algumas com familiares e amigos, incluindo Santos Silva, totalizaram 350 mil euros. As novas provas da investigação surgiram em buscas a agências do grupo Top Atlântico, em Dezembro, e ao Sheraton Pine Cliffs, em Albufeira, em Janeiro. Neste hotel, os registos indicam que os pagamentos das estadas de Sócrates foram feitos “em numerário, por vezes de quantias próximas dos 10 mil euros”.
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