Reafirmando a confiança no governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e naquela instituição, o chefe do Governo disse rever-se na estratégia adotada pelo regulador.
"Apoiamos os esforços que o Banco de Portugal tem vindo a fazer para concluir essa operação", vincou.
Passos Coelho visitou hoje a Agrival, em Penafiel, onde hoje foi questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de a venda do Novo Banco poder representar um prejuízo mais elevado do que as previsões iniciais.
Passos disse não "especular" sobre essa matéria, sublinhando ser "natural que o governador possa ter uma ideia mais precisa do que pode vir a ser o resultado da operação".
"Temos notícia de que o Banco de Portugal tenciona poder concluir este processo dentro de pouco tempo, mas não vou estar aqui a condicionar publicamente um processo que está na sua reta final", afirmou.
Ainda sobre o processo, o primeiro-ministro recordou que a lei obriga que aquela operação seja concluída, em todos os seus detalhes, no prazo máximo de dois anos.
"Um já decorreu e é natural que o Banco de Portugal queira diminuir a incerteza para os bancos que participam do Fundo de Resolução e para todo o sistema financeiro, promovendo a venda do Novo Banco", concluiu.
A 19 de agosto, o Banco de Portugal deu início à quarta fase do processo de venda do Novo Banco, iniciando as negociações decisivas com o potencial comprador que já escolheu, que a imprensa diz ser a seguradora chinesa Anbang.
Segundo o supervisor, "esta fase corresponde à decisão final e compreende um período de negociação com o potencial comprador selecionado pelo Banco de Portugal. Está previsto que essas negociações decorram até ao final do presente mês de agosto".
O BES, tal como era conhecido, acabou a 03 de agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros.
O BdP, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num 'banco bom', denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos, no BES, o 'banco mau' ('bad bank'), que ficou sem licença bancária.
Lusa / SOL