"Senti-me uma espécie de Oliveira da Figueira. Lembram-se de uma personagem do Tintim que vendia tudo nos mercados externos, tinha uma pasta e vendia uma série de produtos. Eu lembro-me do azeite português", afirmou Portas, durante a inauguração da Feira Internacional de Maputo (Facim), quando se referia, em declarações aos jornalistas, à sua assiduidade em eventos deste género.
Logo de seguida, o número dois do Governo acrescentou que, "sem ironia, ajudar a vender marcas portuguesas e bens portugueses é fazer um serviço à economia portuguesa".
Portas, que termina hoje uma curta deslocação a Maputo no âmbito do maior evento empresarial moçambicano, evitou comentar os dados revelados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a economia e desemprego, argumentando que, "mesmo quando as notícias são boas", deve abster-se de prestar declarações sobre a situação interna de Portugal nas visitas ao exterior.
"O crescimento está a crescer", disse apenas o governante sobre a subida de 1,5% do PIB no segundo trimestre de 2015 face ao período homólogo e da diminuição do desemprego em 0,2 pontos percentuais em julho face ao mês anterior para 12,1 por cento.
Ainda sobre as numerosas visitas de caráter empresarial, no âmbito da diplomacia económica, o vice-primeiro-ministro referiu-se ao período de crise em Portugal, para assinalar que as empresas foram "durante muito tempo a luz ao fundo do túnel" e que o seu dever era garantir uma retaguarda para o país por via das exportações.
"Agora que já superámos a crise, já temos crescimento, criação de emprego e investimento, lembremo-nos de que, durante muito tempo, só as exportações constituíam um indicador positivo", declarou, enfatizando que esta é a sua quarta presença consecutiva na Facim.
"Em 2016 o povo dirá", comentou, em alusão às eleições legislativas marcadas para 04 de outubro, às quais concorre enquanto líder do CDS em coligação com o PSD.
Portas, que se avistou hoje com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, durante a inauguração da Facim, salientou a importância crescente de Moçambique na internacionalização das empresas portuguesas, que mais do que duplicaram as vendas para este mercado nos últimos quatro anos.
Lusa/SOL