Num comunicado em que exprime a sua "profunda angústia", a responsável da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura assegurou, no entanto, que "este crime não apagará nunca 4.500 anos de história".
Palmira, situada na província de Homs, no centro da Síria, é património da Humanidade. Foi conquistada em maio pelo EI, que já destruiu vários locais arqueológicos no Iraque, país vizinho da Síria.
"É fundamental explicar a história e o significado dos templos de Palmira. Quem quer que tenha visto Palmira guarda para sempre a recordação de uma cidade que carrega a dignidade de todo o povo sírio e encarna as mais altas aspirações da humanidade", indicou Bokova no comunicado, adiantando que cada um destes ataques exige que o património da humanidade seja cada vez mais divulgado.
"Face a este novo crime de guerra, a UNESCO reafirma a sua determinação em prosseguir a proteção do que pode ser salvo, através de uma luta sem tréguas contra o tráfico de objetos culturais, da documentação e da criação de redes de milhares de especialistas, na Síria e no mundo, trabalhando para promover a transmissão deste património às gerações futuras", disse ainda.
A ONU informou na segunda-feira que imagens obtidas por satélite confirmavam a destruição do templo de Bel, que o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) tinha anunciado antes.
Com sede em Londres, mas com uma vasta rede de militantes no terreno, o OSDH indicou que o grupo terrorista fez explodir, no domingo, o interior do templo de Bel.
Comentando hoje a difusão daquelas imagens pela ONU, o diretor das Antiguidades da Síria, Maamoun Abdelkarim, afirmou que o templo de Bel é o "mais belo símbolo de toda a Síria". "E perdemo-lo para sempre. Eles mataram Palmira", adiantou.
Esta é a segunda ação de destruição do EI contra um templo de Palmira, depois de no passado dia 20 ter sido confirmado que os 'jihadistas' detonaram explosivos colocados no templo de Baal Shamin, construído no ano 17 d.C..
Lusa/SOL