A mulher, que não quis ser identificada e revelou apenas que era uma professora na vila de Homs, explicou como foi difícil arriscar tudo só para tentar alcançar alguma segurança para si e para a sua família.
Um dos momentos em que sentiu mais medo foi na fronteira entre a Macedónia e a Sérvia, quando temeu que as autoridades a separassem dos seus filhos.
“Corríamos pela fronteira e a polícia atirava-nos bombas de gás lacrimogéneo. Foi terrível, terrível. Atravessámos florestas, rios… saltámos campos… as cercas…”, relatou, emocionada.
“Tentámos manter-nos agarrados um ao outro enquanto corríamos. Tentámos [dar as mãos]. Tentei empurrar os meus filhos. Eu disse ‘Se eu parar, se a polícia me parar – não faz mal, continuem a correr’. Eu só queria que os meus filhos ficassem em segurança”, disse à BBC 4, citada pelo jornal Independent.
“Eu não me queria separar deles, mas era obrigada a isso. Não faz mal… Só para eles ficarem bem”, acrescentou.
‘Para onde podemos ir?’
A certa altura, o jornalista perguntou a esta mulher porque estava tão desesperada por chegar a Europa e deixar a Síria. Ela disse simplesmente que não tinha outra hipótese.
“Para onde podemos ir? Não podemos ficar no meio da guerra. O presidente [Bashar al-Assad] iria matar-nos e fazer mal aos nossos filhos… Às minhas filhas. Nem sequer podia mandá-los para a escola”, respondeu esta mãe síria.
Mais de quatro milhões de sírios já abandonaram o seu país desde que a guerra civil estalou.