A superfície florestal diminuiu 3,1% num quarto de século, ou seja, 129 milhões de hectares (de 4.128 milhões de hectares em todo o globo passou para 3.999 milhões de hectares), segundo o organismo, mas o ritmo abrandou entre 1990 e 2015: a taxa anual de perda líquida de florestas (que tem em conta todas as novas plantações) baixou de 0, 18% nos anos 90 para 0,08% nos últimos cinco anos.
América do Sul e África são as duas regiões do mundo onde a devastação da floresta é mais acentuada.
420 árvores por habitante no planeta
Entretanto, um estudo da Universidade de Yale, publicado na semana passada pela revista científica Nature, estima que o número de árvores no mundo ultrapassa os três triliões – o que significa que haverá aproximadamente 420 árvores para cada habitante da Terra.
Trata-se de um total que supera em oito vezes a estimativa anterior, de 400 biliões de espécimes. A nova contagem, coordenada pela equipa do investigador Thomas Crowther, usou desde análises topográficas a análises de fotos de satélite. Este cálculo servirá agora de base para novas pesquisas, estudos sobre biodiversidade a modelos de mudanças climáticas. Afinal, apontam os cientistas no estudo, as árvores têm um papel fundamental na remoção do dióxido de carbono da atmosfera.
Dos três triliões de árvores do mundo, os cientistas estimam que 1,39 triliões estejam em regiões tropicais, como a Amazónia, ou subtropicais. Cerca de 0,61 triliões estariam em locais de clima temperado e 0,74 triliões em florestas boreais, os imensos grupos de coníferas que cercam o globo logo abaixo do Polo Norte.
Outro dado fundamental do estudo é a dimensão da influência humana sobre o número de árvores no planeta. E não são boas notícias: segundo a equipa de Yale, enquanto 15 biliões de árvores são removidas por ano, apenas cinco biliões são plantadas. Significa isto que o número de árvores diminuiu 46% desde que o homem começou a cultivar a terra.