“Temos de criar condições de estabilidade para os parceiros sociais e para os agentes económicos, precisamos de novas formas de governação e diálogo político, acabando com esta permanente lógica de confrontação”, defendeu o líder do PS, num almoço/debate promovido pela Associação de Industrial Portuguesa (AIP) e pela Confederação da Indústria Portuguesa (CIP).
A necessidade de “estabilidade” defendida por Costa não é só do ponto de vista político, pois terá que ser suportada numa “estabilidade legislativa, na estabilidade fiscal e na estabilidade do quadro regulatório” para que possa haver crescimento económico e investimento.
Por isso, o secretário-geral dos socialistas disse querer fazer logo na primeira sessão legislativa todas as alterações em matéria fiscal para que vigorem para a legislatura. “E não vos sujeitar a uma permanente instabilidade”, afirmou Costa aos empresários, numa plateia onde também estavam dois dos seus homens fortes para a Economia, Mário Centeno e Manuel Caldeira Cabral.
Costa não mencionou a ambicionada “maioria absoluta” mas sublinhou que com uma maioria “é mais fácil obter compromissos políticos”. E deu o exemplo enquanto presidente da Câmara de Lisboa: “Em minoria não consegui acordo nenhum e em maioria consegui todos os compromissos que pretendia”.
O líder do PS falou numa série de compromissos dos socialistas para a área da economia, nomeadamente a redução do IVA da restauração para 13%, a aposta num “programa poderoso” de reabilitação urbana ou a capitalização das pequenas e médias empresas através de um Fundo. “Mas, para essas políticas terem sucesso, tem de haver estabilidade – uma estabilidade suportada num acordo de concertação social estratégico, tendo como base compromissos políticos alargados”, insistiu.
Na conclusão do discurso, Costa quis deixar claro que as promessas do PS em campanha são para cumprir no Governo: “O PS apresenta-se nestas eleições não apenas com discursos, mas com um programa que está escrito, que significa um conjunto de compromissos escritos com os cidadãos, em relação aos quais se pode pedir contas ao longo dos próximos quatro anos”.