Filinto Lima, vice-presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, disse ao SOL que hoje poucas escolas iniciarão as actividades lectivas, uma vez que a maioria optou por fazer as apresentações aos alunos na sexta-feira, dia 18, e por começar a leccionar na próxima segunda-feira, no último dia do período estipulado. Pelo contrário, as escolas privadas já estão a funcionar em pleno e a maioria dos alunos já está com aulas.
«Achamos que as aulas deviam começar mais cedo, dissemo-lo assim que saiu o calendário escolar. Mas a verdade é que os directores de escola estão ‘escaldados’ com nos problemas do ano passado e optaram por começar no último dia para ter tudo em condições», afirmou ao SOL Filinto Lima.
A Fenprof também critica o atraso no início das aulas, que faz de Portugal o segundo da União Europeia a começar mais tarde, e lembra que em 2014, o dia 15 de Setembro foi o último do período de arranque do ano e não o primeiro, como este ano. Em comunicado, a federação de sindicatos diz que o Governo «institucionalizou o atraso na abertura do ano letivo» para, desta forma, tentar «abafar problemas que ele mesmo tem criado ou agravado e que, ao longo da Legislatura, não quis ou não teve competência para resolver».
Quase todos os professores colocados
A lista de colocação dos professores contratados aconteceu este ano no dia 28 de Agosto, e os professores que vêm substituir colegas (por doença ou licença de maternidade) deverão ser colocados esta semana, quando sair a segunda reserva de recrutamento. Na primeira reserva de recrutamento, que saiu na quinta-feira, foram preenchidos 1225 horários dos 1809 disponibilizados. O Ministério da Educação esclarece que os restantes 584 horários serão preenchidos através da Bolsa de Contratação de Escola, no caso das escolas com Contrato de Autonomia e TEIP, e para Contratação de Escola, no caso das restantes Unidades Orgânicas.
Filinto Lima saúda o bom funcionamento do sistema de colocações de professores, mas sublinha que ter os docentes a tempo e horas na escola «é uma obrigação do Ministério da Educação. Não estamos a aplaudir».
Novidades deste ano lectivo
Inglês obrigatório no terceiro ano
Todas as crianças do 3º ano do ensino básico terão a disciplina de inglês obrigatória, iniciando um percurso de sete anos de ensino da língua, ou seja, até ao 9º. Os directores de escola consideram esta medida positiva mas sublinham que os docentes que andam a circular pelas várias escolas básicas do agrupamento para leccionar o inglês devem ser ressarcidos das despesas de deslocação e que o período que despendem neste trajecto deve ser contabilizado.
Mandarim chega à escola e latim regressa
Doze escolas vão disponibilizar pela primeira vez a disciplina de mandarim. O projeto-piloto vai abranger alunos do 10.º ano de escolaridade dos Cursos Científico-Humanísticos.
O Latim também vai regressar às escolas, no âmbito de um novo projecto de Introdução à Cultura e Línguas Clássicas. A disciplina é opcional e poderá ser frequentada por alunos do 1º, 2º e 3º ciclos.