Coligação apostada em provar que Costa vai cortar pensões

A Segurança Social é “o” tema desta campanha. Começou por ser o calcanhar de Aquiles da coligação graças à ausência de explicações da coligação sobre o corte de 600 milhões de euros prometido em Bruxelas. Mas a PàF quer transformar a fraqueza num trunfo e não vai largar o tema.

Coligação apostada em provar que Costa vai cortar pensões

Primeiro foi a derrota de António Costa no debate radiofónico. Passos Coelho encostou o líder do PS às cordas quando este foi incapaz de explicar como cortará os 1.020 milhões que o programa socialista promete poupar na Segurança Social.

Agora, PSD e CDS querem demonstrar que o programa de Costa vai levar ao corte das pensões.

Olhando para o programa socialista, a PàF destaca a intenção de alterar o cálculo de sustentabilidade das pensões. E, avisa uma fonte da direção da coligação ao SOL, "isso vai fazer com que as novas reformas baixem mal entre em vigor um Orçamento socialista".

Este sábado, Passos voltou a pegar no tema num almoço com militantes em Ourém para lamentar que os socialistas não se mostrem disponíveis para negociar "a reforma das reformas".

Paulo Portas foi mais longe com um aviso claro, preparado para fazer eco junto dos pensionistas que recebem as pensões não contributivas, aquelas nas quais o PS já admitiu querer poupar.

"Eles preparam-se para cortar nas pensões dos mais pobres e na acção social para ajudar os mais pobres, põem em risco, com aquela engenharia da TSU, o pagamento das pensões atuais da classe média, dos aposentados. Curiosamente, como são contra o tal plafonamento, querem continuar a ver o Estado pagar pensões milionárias", atirou o líder do CDS.

Mesmo que Passos, no debate das televisões, tenha sido desastrado a dar a explicação sobre o "plafonamento vertical" que garante estar escondido nas propostas do PS, a verdade é que o tema promete não morrer tão cedo.

margarida.davim@sol.pt