"É necessário que não ganhemos por poucochinho. Como já disse, quem ganha por poucochinho só consegue fazer poucochinho", afirmou Costa, numa alusão à expressão que utilizou para se referir aos resultados eleitorais do PS nas eleições europeias e partir para a liderança do partido.
Mas mais: "Precisamos de uma vitória clara, inequívoca para que não fiquemos dependentes da direita".
Costa falava num almoço em Odivelas depois de ter dedicado a manhã a pedir mais estabilidade e uma vitória do PS com mais votos e mais mandatos.
De manha, rejeitou “querelas institucionais sobre a formação de Governo” e por isso pediu “mais votos e mais mandatos” para converter a alternativa que o PS proclama numa “maioria de confiança”.
Costa começou o dia a jogar em casa, na Avenida da Igreja, em Lisboa onde encontrou, num café, a mãe de uma amiga. “É a mãe da João? Como é que ela está?”, pergunta Costa. A senhora responde sorridente e aponta para o semanário Expresso, que estava a ler. “Isto é que é mais complicado”, disse, apontando para a manchete que dá conta da sondagem onde PS e coligação estão quase empatados com os socialistas a obterem mais votos e a direita a ficar à frente no número de mandatos. “É, é. É preciso mais mandatos”, responde Costa.
“É essencial ter mais votos e mais mandatos e é o que vamos ter”, assegura pouco depois Costa aos jornalistas.
O líder do PS ainda passou pelo mercado de Alvalade onde uma peixeira lhe perguntou se queria peixe. "Agora não que não vou para casa, fica para a próxima", diz Costa, de rosa vermelha na mão. Mas nem tudo foram rosas, à porta do mercado, uma senhora gritou: "O seu partido roubou o país. O seu partido está na cadeia".
A caravana seguiu para Queluz onde o líder do PS é esperado por uma calorosa comunidade africana. Sem espinhos. “A última coisa que o país precisa são querelas institucionais sobre a formação de Governo”, insistiu Costa, num recado a Cavaco Silva. É que, segundo a Constituição, o Presidente da República dá posse ao Governo de acordo com os resultados eleitorais, o que dá azo a diferentes interpretações: esses resultados terão em conta os votos ou o número de mandatos?
O líder do PS apresentou o partido como um “referencial de confiança” contra a coligação de direita que tem “radicalizado o combate político”. E pegou no exemplo do presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, para piscar o olho ao centro e lembrar que “este velho democrata-cristão” esteve nas listas do PS. “É preciso uma viragem política que o PS propõe, converter a alternativa numa maioria de confiança”, resume.
Questionado sobre se vai mesmo chumbar o Orçamento do Estado (OE), caso a coligação vença, como disse em declarações à Antena 1, Costa preferiu dizer que o OE será com certeza aprovado pois será apresentado pelo PS. “O PS sempre foi moderado e xcapaz de unir os portugueses. Nunca esteve numa lógica confrontacional”, defendeu Costa, referindo que o partido “dinamizará o diálogo político”.
Ainda em Queluz, o líder do Ps teve tempo para responder a mulher que se aproximou e lhe disse que sempe votou PS mas que o partido já não é de esquerda e ainda disse que é preciso proteger a “identidade nacional”. Costa pediu-lhe “confiança” para que haja uma “mudança” no país e aproveitou para lembrar uma das suas bandeiras: “Quer começar bem? Vote PS e comemoramos o 1º de Dezembro”.
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