Ao fim de 22 anos e de 285 milhões de euros, a Organização Não Governamental Halo deu por terminada a sua operação em território moçambicano. Foram destruídas mais de 171 mil minas e limpos mais de mil campos de minas (o que representa 80% do total da desminagem).
“Estive aqui há 20 anos e havia minas por todo o lado. Não conseguia imaginar como iríamos chegar ao fim. Moçambique representa a esperança e o futuro para o resto de África. Ainda temos muitos países aterrorizados pelas minas: Angola, Zimbabué, Somalilândia”, disse Cindy McCain (mulher do senador John McCain, e diretora da Halo nos Estados Unidos).
Antes da operação de desminagem, 600 pessoas morriam por ano e o medo era o denominador comum de quem vivia fora da cidade. “As minas foram como uma segunda guerra”, explicou ao jornal inglês Felberto Manuel Mafambese. Este chefe tradicional recorda que a “comunidade estava sob pressão”. E dá o seu exemplo: “De cada vez que saía à rua não sabia se ia pisar uma mina”. Agora pode-se “desenvolver o cultivo e fazer planos. A segunda guerra terminou e estamos livres”.