Dimitris Kammenos, que partilha o apelido com Panos Kammenos, líder dos Gregos Independentes (Anel), formação com a qual o Syriza (esquerda radical) de Tsipras formou a coligação governamental, e também membro da Anel, foi nomeado secretário de Estado das Infraestruturas.
Em junho, altura de grande tensão entre Atenas e Bruxelas, Dimitris Kammenos comparou o plano de resgate da Grécia, proposto pelos credores europeus, com o campo de concentração nazi de Auschwitz.
Kammenos, de 49 anos, capitão na reserva das forças especiais gregas, colocou na sua página na rede social Facebook uma montagem de uma fotografia da entrada do campo de concentração em que a famosa placa com a inscrição "Arbeit macht Frei" ("o trabalho liberta", em alemão) foi substituída por outra na qual se lê "Ficamos na Europa", a palavra de ordem favorita dos pró-europeus na Grécia.
Esta montagem originou um protesto do Conselho Israelita da Grécia, levando Kammenos a pedir desculpa.
"A comparação não foi talvez muito feliz, mas há um verdadeiro holocausto económico no meu país, neste momento", afirmou na altura.
O escritor e antigo deputado de esquerda Petros Tatsopoulos afirmou "ter vergonha" da nomeação de Dimistros Kammenos para o Governo de Tsipras.
Tatsopoulos divulgou também, no Twitter, uma mensagem de 2013, transmitida através desta rede social, e na qual o nacionalista garantia que 2.500 judeus funcionários no World Trade Center em Nova Iorque não foram trabalhar a 11 de setembro de 2001, veiculando a teoria de uma conspiração sionista na origem do atentado.
O semanário To Vima sublinhou, em junho, que Kammenos considerou "patético" o 'Gay Pride' grego.
No seu 'site' pessoal, Kammenos surge na praça do parlamento, com toda a solenidade perto do túmulo do Soldado Desconhecido.
Os preconceitos antissemitas e homofóbicos e as teorias da conspiração estão amplamente difundidos na Grécia, incluindo pelos 'media', e frequentemente retomados por dignitários da Igreja ortodoxa grega.
Lusa/SOL