Depois dos confrontos na arruada de Espinho, a comitiva respirava de alívio e nem a presença da campanha do Livre, com o cabeça de lista pelo Porto Ricardo Sá Fernandes, nem de uma pequena comitiva do Bloco de Esquerda estragou a festa laranja e azul.
Entre os militantes sociais-democratas locais houve mesmo quem cumprimentasse efusivamente os bloquistas. “Somos todos daqui. Damo-nos muito bem. Nem podia ser de outra maneira”, comentava um dos elementos da caravana local da coligação.
Na comitiva, o ambiente é de confiança sem euforias. As sondagens animam e sociais-democratas e centristas veem um Costa desorientado e ganham alento. Há, porém uma sombra: a dos lesados do BES, que neste sábado, prometem não dar descanso a Pedro Passos Coelho e Paulo Portas.
Passos e Portas em toca e foge
O primeiro encontro foi ainda antes do almoço, em Marco de Canavezes. Mas foi um toca e foge. Com a agenda a ressentir-se um atraso de quase uma hora no arranque, Passos e Portas estiveram muito pouco tempo na praça onde os lesados do papel comercial do BES os esperavam.
As bandeiras negras de luto dos protestantes constrastavam com as da coligação. O laranja e o azul tentavam abafar o negro. Os gritos de “Portugal” tentavam calar as palavras de ordem dos lesados. E havia até quem se pusesse com as bandeiras da PàF à frente das câmaras para que o protesto não ficasse registado. Mas a manifestação não arredou pé.
“Governo: ‘O BES é seguro, tem uma almofada que garante tudo (segura os nossos amigos). O resto que se exploda’”, lia-se num dos cartazes. Mais à frente, um tocador fazia das caras de Passos e Carlos Costa o bombo da festa, embora festa não seja a palavra certa para descrever o momento que, rapidamente, se transformou numa troca de palavras entre lesados do BES e apoiantes da PàF.
“Deviam estar deste lado. Não vai haver dinheiro para os depósitos. Abram os olhos”, gritava um dos manifestantes com um megafone.
O certo que é que os lesados do BES não fazem tensões de abrandar o protesto. “Não lhes vamos dar sossego”, prometia um protestante.
“Para mim tanto me faz que seja o PSD como PS como a UDP. Eu quero é aquilo que me roubaram”, garantia outro.