Refugiados: Secretário-geral da ONU pede à Europa para fazer mais

O secretário-geral da ONU pediu hoje à Europa para fazer mais na resposta à crise migratória, no discurso de abertura da assembleia-geral de 193 Estados-membros. 

Refugiados: Secretário-geral da ONU pede à Europa para fazer mais

"Peço à Europa que faça mais", declarou Ban Ki-moon, lembrando que no final da Segunda Guerra Mundial foram os cidadãos europeus "que procuravam a ajuda do mundo". 

"Devemos combater a discriminação. No século XXI não devíamos estar a construir valas ou muros", disse o diplomata sul-coreano. 

O chefe da ONU lembrou que o Líbano, Jordânia e Turquia estão a "receber generosamente vários milhões de refugiados sírios e iraquianos" e que os países em desenvolvimento continuam a receber grande número de deslocados apesar dos "recursos limitados". 

Ban reconheceu que os grandes movimentos de pessoas em diferentes regiões colocam "questões complexas e dão origem a posições inflamadas", mas sublinhou que todos os países se devem guiar por princípios comuns. 

"Legislação internacional, direitos humanos, compaixão básica", enumerou Ban Ki-moon, que convocou para quarta-feira uma reunião sobre a crise dos refugiados. 

O secretário-geral da ONU elogiou "aqueles que na Europa defendem os valores da União e oferecem asilo". 

Ban defendeu a necessidade de conhecer a origem dos movimentos populacionais e lembrou, por exemplo, que os sírios deixam as suas casas devido à "opressão, extremismo, destruição e medo". 

Por outro lado, instou a comunidade internacional a alcançar compromissos para pôr fim à guerra na Síria e a unir-se para travar grupos extremistas como o Estado Islâmico (EI). 

"Cinco países, em particular, têm a chave: Federação Russa, Estados Unidos, Arábia Saudita, Irão e Turquia. Mas enquanto uma parte não chegar a um compromisso com a outra, é inútil esperar uma mudança no terreno", disse. 

O responsável da ONU garantiu que a "paralisia diplomática" do Conselho de Segurança, entre outros fatores, permitiu que a crise se tenha descontrolado e lembrou que a luta na Síria é alimentada, em parte, por "poderes e rivalidades regionais". 

Lusa/SOL