"Peço à Europa que faça mais", declarou Ban Ki-moon, lembrando que no final da Segunda Guerra Mundial foram os cidadãos europeus "que procuravam a ajuda do mundo".
"Devemos combater a discriminação. No século XXI não devíamos estar a construir valas ou muros", disse o diplomata sul-coreano.
O chefe da ONU lembrou que o Líbano, Jordânia e Turquia estão a "receber generosamente vários milhões de refugiados sírios e iraquianos" e que os países em desenvolvimento continuam a receber grande número de deslocados apesar dos "recursos limitados".
Ban reconheceu que os grandes movimentos de pessoas em diferentes regiões colocam "questões complexas e dão origem a posições inflamadas", mas sublinhou que todos os países se devem guiar por princípios comuns.
"Legislação internacional, direitos humanos, compaixão básica", enumerou Ban Ki-moon, que convocou para quarta-feira uma reunião sobre a crise dos refugiados.
O secretário-geral da ONU elogiou "aqueles que na Europa defendem os valores da União e oferecem asilo".
Ban defendeu a necessidade de conhecer a origem dos movimentos populacionais e lembrou, por exemplo, que os sírios deixam as suas casas devido à "opressão, extremismo, destruição e medo".
Por outro lado, instou a comunidade internacional a alcançar compromissos para pôr fim à guerra na Síria e a unir-se para travar grupos extremistas como o Estado Islâmico (EI).
"Cinco países, em particular, têm a chave: Federação Russa, Estados Unidos, Arábia Saudita, Irão e Turquia. Mas enquanto uma parte não chegar a um compromisso com a outra, é inútil esperar uma mudança no terreno", disse.
O responsável da ONU garantiu que a "paralisia diplomática" do Conselho de Segurança, entre outros fatores, permitiu que a crise se tenha descontrolado e lembrou que a luta na Síria é alimentada, em parte, por "poderes e rivalidades regionais".
Lusa/SOL