“As condições económicas do país hoje são diferentes da situação económica de 2011. Seria absurdo se fizéssemos como a direita faz, apresentar um programa igual ao que apresentámos em 2011”, começou por dizer Costa, num almoço em Alferrarede, Abrantes.
Costa diz mesmo que o programa de relançamento da economia do PS não está “assente em grandes obras públicas, nem no aumento da despesa pública”, mas antes na reposição dos rendimentos das famílias e do investimento por parte das empresas. “Faz toda a diferença pôr não o Estado a puxar a economia mas a economia a puxar pelo saneamento das Finanças Públicas”, precisou.
O líder do PS já tinha dado passos no distanciamento face a Sócrates quando assumiu, na passada quarta-feira, em Vila do Conde, o “enorme défice” de 2011 e na última sexta-feira, em Almeirim, quando notou as diferenças económicas face a 2011, sublinhando que a sua estratégia não está assente nas grandes obras públicas.
Mas agora, a três dias das eleições, o secretário-geral do PS é mais preciso e fala em duas obras emblemáticas de Sócrates que ficaram por cumprir, o TGV e o novo aeroporto, para se demarcar. “É mesmo preciso não ter qualquer falta de vergonha apra fazer como Passos Coelho e Paulo Portas fazem que é confundir a redução da sobretaxa do IRS com o TCV. É preciso ter um grande descaramento para confundir aquilo que é a reposição do Complemento Solidário para Idoso com a garantia de que não será cortado nenhum cêntimo a nenhum pensionista e confundir isso com um novo aeroporto”, argumentou.
“O que nós propomos é diferente e merece confiança”, rematou Costa.
A campanha do medo
A “campanha do medo” está na rua, diz o PS, pela mão de Passos e Portas. “Disseram que com o PS entraríamos num período de agitação, de caos, chegaram finalmente a dizer que com o PS viria aí de novo a viragem radical, extremista, que poria em causa valores da sociedade democrática”, acusou Vieira da Silva, cabeça-de-lista por Santarém, frisando que o PS é um partido “moderado” que “sempre se bateu pelos valores da democracia e liberdade”. “O PS não é nenhum partido extremista, nunca foi”, garantiu.
Vieira da Silva garante que não é “usando a arma do medo que a direita poderá convencer os portugueses” e pede a todos os socialistas que passem a palavra da “confiança” escolhida por Costa. Tem que ser assim que estes dias respondemos para aqueles que aidna hesitam, para os que foram tocados por esta campanha do medo”, diz o socialista, num apelo aos indecisos, ainda uma grande fatia do eleitorado que pode decidir os resultados a 4 de Outubro.
Usando a ironia, Vieira da Silva lembra que Passos e Portas “não dão a cara a não ser em ambiente controlado” e não aparecem nos cartazes. “Ainda pensei que fossem talvez pintar o cabelo, uma acção de maquilhagem para que os portugueses não o s reconhecessem nesta política dramática”, acusa.