Esta posição sobre a linha estratégica a seguir pelos socialistas no futuro quadro parlamentar foi transmitida à agência Lusa por Francisco Assis, considerado a principal figura da corrente de centro-esquerda dentro do PS.
"Um grande partido como o PS não pode, em nenhuma circunstância, colocar-se numa situação de fragilidade perante as chantagens e as ameaças de outras forças partidárias à sua esquerda ou à sua direita. Nesta perspetiva, entendo que o PS deve assumir com clareza a liderança da oposição ao governo de direita, sem que isso signifique uma indisponibilidade de princípio para a viabilização dos instrumentos imprescindíveis à governação do país", advogou o cabeça de lista dos socialistas às eleições europeias de 2014.
O ex-presidente do Grupo Parlamentar do PS sob as lideranças de António Guterres e José Sócrates sustentou que estes dois princípios de orientação não são incompatíveis.
"Bem pelo contrário, o país não compreenderia nem um PS subjugado à chantagem parlamentar da direita, nem um PS insensível às legítimas preocupações de estabilidade política. Abre-se, assim, uma possibilidade real para a realização de um diálogo útil entre o Governo e a principal força da oposição, sem pôr em causa a identidade nem de um nem de outro", acrescentou Francisco Assis, que foi derrotado por António José Seguro na corrida à liderança do PS.
Lusa/SOL