Frequentou o Seminário Diocesano do Funchal onde, rezam as crónicas, pedia autorização ao então vice-reitor para treinar fora de portas, nas camadas jovens do Nacional da Madeira. Diziam que tinha habilidade para a bola mas a vocação falou mais alto.
Entre 1980 e 1982 frequentou o Seminário de Almada. Era esta a instituição de ingresso para os seminaristas das ilhas que iam para Lisboa para prosseguir os estudos em Teologia. Uma vez em Almada, mudou de margem para o Seminário dos Olivais, em Lisboa, percurso igualmente seguido por outros colegas ihéus.
Foi na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, que fez a licenciatura em Teologia e concluiu, em 1987, o curso de mestrado em Teologia Sistemática. Em 1987 regressou à Diocese do Funchal, tendo sido nomeado pelo então bispo da diocese, D. Teodoro de Faria, para a equipa de coordenação do Seminário Maior do Funchal.
A par da coordenação do Seminário, deu aulas de Teologia na então extensão do Funchal da Universidade Católica Portuguesa.
Pouco tempo depois foi nomeado para o Movimento do Apostolado das Crianças tendo feito um trabalho que incomodou com os chamados ‘miúdos das caixinhas’ – crianças, sobretudo da zona piscatória de Câmara de Lobos, que pediam esmola a turistas na baixa do Funchal.
Para além da denúncia da pobreza das crianças trouxe a lume, as primeiras denúncias de pedofilia. Aliás, Edgar Silva foi dos primeiros a denunciar a exploração destas crianças por predadores sexuais, em regra turistas, oriundos do norte da Europa. Uma realidade transposta para a ficção pelo filme “Até Amanhã Mário!”.
Entre 1987 e 1994, foi assistente dos Movimentos de Ação Católica (Movimentos dos Educadores Católicos, Movimentos dos Estudantes Católicos). Essa função foi o pretexto para, face ao incómodo político-eclesiástico gerado na Madeira pelo seu trabalho, o enviar em comissão de Serviço para Lisboa.
Em 1993, a Conferência Episcopal Portuguesa nomeou-o Assistente Nacional do Movimento Católico de Estudantes, em Lisboa. E passados três anos regressou à Madeira como objetor de consciência para o cumprimento do serviço cívico no trabalho com crianças de rua.
Foi essa a sua primeira ligação à CDU, como candidato independente nas suas listas à Assembleia Legislativa da Madeira, tendo sido eleito deputado regional e conseguindo o melhor resultado de sempre da coligação liderada pelos comunistas nas legislativas madeirenses.
Em 1997 comunicou ao então Bispo do Funchal, D. Teodoro de Faria, a sua desvinculação do exercício do ministério sacerdotal. Inscreveu-se no PCP no ano seguinte.
Há quase 17 anos que é o coordenador do PCP na Madeira e um dos deputados que mais intervém na Assembleia Legislativa Regional. É agora candidato presidencial.