"Os aviões de guerra russos realizaram 22 voos durante [a última] noite. Os caças Sukhoi Su-34, Sukhoi Su-24M e Sukhoi Su-25 atingiram 27 alvos terroristas no território sírio", indicou o Ministério da Defesa russo, num comunicado, acrescentando que estes aparelhos bombardearam "11 setores onde estavam localizados campos de treino de combatentes do [grupo extremista] Estado Islâmico (EI) nas províncias de Hama e Raqa".
Durante os voos noturnos, que também integraram bombardeiros táticos Su-34, as forças russas atingiram "oito redutos rebeldes junto de aldeias da província de Homs".
As forças de Moscovo também utilizaram bombas penetrantes para atingir "esconderijos subterrâneos dos rebeldes", perto das localidades de Arafit e Salma, na província de Lattaquie.
Desde o início da sua intervenção na Síria, a 30 de setembro, a Rússia realizou bombardeamentos com recurso a aviões de combate e a navios de guerra da frota do mar Cáspio.
Moscovo não se comprometeu com o possível destacamento de tropas no terreno.
O exército sírio anunciou hoje oficialmente o lançamento de uma grande ofensiva terrestre, com o apoio das forças aéreas russas.
Em Bruxelas, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, manifestou hoje preocupação perante "uma escalada das atividades militares russas" na Síria.
"Na Síria, temos visto uma escalada preocupante das atividades militares russas. Vamos avaliar os mais recentes desenvolvimentos e as suas implicações para a segurança da aliança", disse Stoltenberg, antes de entrar para uma reunião de ministros da Defesa da NATO para discutir a crise síria.
Algumas horas mais tarde, numa conferência de imprensa, Stoltenberg disse que, na discussão sobre a situação na Síria, os Aliados concordaram que a "escalada da atividade militar russa na Síria" é muito preocupante, sobretudo porque não se limita a visar o grupo extremista sunita EI.
Vozes internacionais e da oposição síria afirmam que os ataques russos não estão apenas a atingir posições dos 'jihadistas', mas também estão a visar alvos civis e a oposição moderada que luta contra o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad.
Stoltenberg defendeu ainda que "é mais necessária que nunca uma solução pacífica para a crise na Síria, e a NATO apoia os esforços da ONU e outros para tentar encontrar uma solução política negociada para a crise".
Lusa/SOL