Até março de 2016, vão abandonar a base, de forma faseada, entre 420 e 430 trabalhadores portugueses que aceitaram assinar uma rescisão por mútuo acordo, com direito a indemnização e, na maior parte dos casos, a reforma ou pensão extraordinária até à idade da reforma.
A 11 de agosto saiu um primeiro grupo de cerca de 40 trabalhadores, seguindo-se mais uma centena a 25 de setembro e hoje, pelas contas da Comissão Representativa dos Trabalhadores (CRT) portugueses da base, que não tem números oficiais, saem entre 90 e 100 funcionários.
Segundo a CRT, os que escolheram continuar a trabalhar ainda não sabem que postos vão ocupar e temem ser despedidos.
Segundo Luís Moniz, da comissão, de um modo geral as rescisões por mútuo acordo "estão a decorrer com calma e serenidade", mas os cerca de 370 trabalhadores que optaram por continuar a trabalhar nas Lajes ainda não foram informados sobre o processo de preenchimento das vagas deixadas livres.
Apesar de os Estados Unidos da América (EUA) se terem comprometido, na última reunião da Comissão Bilateral Permanente, a manter 405 postos de trabalho, os trabalhadores portugueses temem ser despedidos por falta de qualificações para ocupar as vagas que se mantêm.
Entretanto, na quarta-feira, o Senado norte-americano aprovou a Lei do Orçamento da Defesa dos Estados Unidos da América para 2016, que refere a necessidade de reavaliação das valências na base das Lajes, localizada no concelho da Praia da Vitória.
Em comunicado, o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, considerou a referência "mais um passo na defesa do papel que esta base deve continuar a desempenhar no âmbito das relações entre Portugal e os EUA".
A versão aprovada no Senado inclui a exigência de que o secretário da Defesa elabore até 01 de março de 2016 um relatório sobre as valências do equipamento e entrará em vigor após a assinatura do Presidente norte-americano.
Vasco Cordeiro sublinhou que este é o "terceiro ano consecutivo em que o Congresso dos EUA se expressa, de forma clara, a favor de uma análise cuidada, por parte do Departamento de Defesa do Governo dos EUA, sobre as potencialidades que a base das Lajes oferece".
Lusa/SOL