Morreu a fadista e atriz Deolinda Rodrigues

A atriz e fadista Deolinda Rodrigues faleceu no sábado com 90 anos, segundo informação veiculada pela Casa do Artista que a Lusa confirmou junto de uma fonte familiar.

Segundo a mesma fonte, Deolinda Rodrigues estava internada no hospital de Santa Maria e morreu no sábado por volta das 19h00.

De acordo com uma nota biográfica divulgada na página da Internet do Museu do Fado, Deolinda Rodrigues Veloso nasceu no antigo Convento de Telheiras, no dia 31 de dezembro de 1924, mas preferia comemorar o aniversário a 01 de janeiro de cada ano.

Com 8 anos, Deolinda Rodrigues já cantava "por brincadeira" na Sociedade Recreativa da União Familiar de Telheiras e participou mais tarde num concurso de Fados organizado pelo jornal "Diário Popular", obtendo o 2º lugar da classificação.

Em outubro de 1944 estreou-se como profissional no "Baía", no Parque Mayer, pela mão do empresário José Miguel e passou por algumas das mais simbólicas casas de Fado, tais como Faia, Painel do Fado, Retiro Andaluz e Tipóia.

Deolinda Rodrigues manteve também um programa semanal na rádio Emissora Nacional, estreando-se no teatro na revista "Cartaz da Mouraria", a 8 de maio de 1947, ao lado de artistas como Hermínia Silva, Álvaro Pereira, Costinha e Barroso Lopes

Abandonou a carreira artística, em 1950, após o casamento e o nascimento da filha, regressando ao mundo do cinema com uma participação no filme "Cantiga da Rua" (1950)

Participou em várias peças de teatro, operetas e filmes, dos quais se destacam "Madragoa" (1952) de Perdigão Queiroga, "Passarinho de Ribeira" (1960), a opereta "Nazaré" (1964), e a revista "Sopa no Mel" Teatro Maria Vitória (1965).

Em 1987, fez para a RTP a sitcom portuguesa "Solar Alfacinha", juntamente com Pedro Pinheiro, João Baião, Maria José Valério e Natalina José e participou em 1996 na telenovela "Vidas de Sal".

Em 2007 foi-lhe atribuída pela Câmara Municipal de Lisboa a Medalha Municipal de Mérito, Grau Prata, destacando Deolinda Rodrigues como um nome "incontornável da canção nacional na primeira metade do século XX".

Lusa/SOL