O líder do Kremlin lamentou nunca ter recebido respostas às questões que colocou aos norte-americanos, relacionadas com os alvos que deveria atacar e aqueles que deveria absolutamente evitar. Considerou ainda não existirem "garantias" de que as munições que os EUA estão a entregar aos rebeldes por paraquedas "não caiam nas mãos de terroristas".
"Como podemos cooperar? Pergunto o que têm na sua cabeça", assinalou o Presidente russo. "Pedimos-lhes para nos darem os alvos que consideravam como 100% terroristas, Nenhuma resposta. Refletimos e perguntámos: 'onde não se deve atacar?'. Continuámos sem reposta".
E prosseguiu: "Dizem-nos que lançaram de paraquedas munições dirigidas ao Exército Sírio Livre. Mas onde está esse Exército Sírio Livre?", interrogou-se durante o fórum, transmitido pela televisão russa, e precisando que não se tratava de uma "questão retórica".
O Ministério da Defesa russo anunciou entretanto que a sua aviação bombardeou "86 alvos terroristas" nas últimas 224 horas, um nível de intensidade nunca atingido desde o início da sua intervenção em 30 de setembro.
Nos primeiros dias da sua intervenção militar na Síria, o exército russo referiu-se a 20 alvos atingidos diariamente, passando no fim de semana para cerca de 50 bombardeamentos diários.
Os bombardeiros táticos Su-34 e os aviões de apoio ao solo Su-24M e Su-25 SM realizaram oito saídas aéreas dirigidas a alvos nas províncias de Raqa (leste), Hama (centro), Idleb (noroeste), Lattaquie (noroeste) e Alepo (noroeste), precisou o porta-voz do ministério, general Igor Konachenkov.
Os aviões russos terão designadamente destruído postos de comando, depósitos de munições e de armamentos, veículos militares, armazéns de fabrico de explosivos e campos de treino do grupo Estado Islâmico, segundo o ministério.
Moscovo afirma que os raides da sua aviação têm por objetivo prioritário o EI, mas os ocidentais têm referido que a larga maioria dos ataques se concentra nas zonas onde aquele grupo extremista está ausente, atingindo antes a oposição moderada e a Frente Al-Nursa, o ramo da Al-Qaida na Síria.
Lusa/SOL