"Ando há mais de 25 anos em festivais e é a primeira vez que vejo uma primeira edição de um festival tão interessante, tão rico e com tanto público", disse à Agência Lusa José Eduardo Agualusa, um dos curadores do Folio.
O festival recebeu, segundo a organização "30 mil visitantes" nesta primeira edição, cujo sucesso Agualusa considera dever-se "à qualidade da programação" mas também ao facto de "ser organizado por uma autarquia com experiência em eventos e às caraterísticas da própria vila que é muito atrativa e dá a possibilidade de fazer muitas coisas em simultâneo em espaços muito diferentes".
De acordo com o curador, "há pequenas coisas que se podem melhorar" em próximas edições, entre as quais o alargamento a áreas como a criação de "oficinas de conto literário, aproveitando a duração do evento para "fazer coisas de maior fôlego e poder fidelizar o público".
O escritor, que manifestou o desejo de se manter como curador durante mais um ano, defendeu para as edições seguintes "a rotatividade de curadores" e disse ser fundamental "não repetir autores ou temas", embora deva ser mantida a relação à lusofonia.
"Esta foi verdadeiramente uma aposta ganha", afirmou o presidente da câmara de Óbidos, Humberto Marques, no final do evento que contou com 459 criadores, 200 autores, 154 sessões literárias, 56 ilustradores, 37 conferências, 36 espetáculos, 14 exposições e 13 livrarias nas quais se concentram mais de 200 mil livros.
"Ter a sociedade portuguesa a aderir a aulas, tertúlias, conversas de bolso mesas e espetáculos sempre com uma adesão muito expressiva é um sinal claro de grande confiança para o futuro" do festival acrescentou.
O festival desenvolveu-se em cinco capítulos – Folia, Folio Autores, Folio Educa, Folio Ilustra e Folio Paralelo – e representou um investimento de meio milhão de euros, comparticipados por fundos comunitários.
Lusa/SOL