Marisa Matias vai ‘até ao fim’

A possibilidade de Sampaio da Nóvoa contar com a desistência de um candidato da esquerda está afastada. “A minha candidatura é para ir até ao fim”, diz Marisa Matias ao SOL. A eurodeputada e dirigente do BE, que há duas semanas foi anunciada como a figura que o Bloco escolhe para as presidenciais.

Depois de concluir que “não havia à esquerda nenhuma candidatura abrangente e suficientemente mobilizadora”, o BE quer que Marisa Matias, que vem da ala mais reformista do partido, ajude a evitar  a vitória à primeira volta de “um comentador televisivo com ideias retrógradas”. Marisa acredita que se a esquerda conseguir forçar uma segunda volta, seja com Maria de Belém ou Sampaio da Nóvoa, “conseguirá a maioria dos votos dos portugueses”.

A eurodeputada vai conciliar a permanência as funções em Bruxelas com a campanha. E lá mais para a frente, uma paragem nos trabalhos do Parlamento Europeu “encaixa perfeitamente no período da campanha eleitoral”.

Antes do BE, já o PCP tinha afastado a hipótese de não ir a votos. “Levaremos esta candidatura até ao fim. Se existir uma segunda volta logo veremos”, esclareceu Jerónimo de Sousa na conferência de imprensa que anunciou Edgar Silva.

O madeirense, membro do Comité Central do PCP e deputado regional, não irá assim aumentar a lista dos comunistas que saíram de cena para favorecer um nome mais forte. Em 1996, Jerónimo de Sousa desistiu a favor de Jorge Sampaio, permitindo ao socialista derrotar à primeira volta Cavaco Silva. Menos sorte teve Ângelo Veloso que desistiu para Salgado Zenha, em 1986, que não conseguiu ainda assim passar a primeira ronda. Foi Mário Soares o mais votado, e que o PCP apoiou à segunda volta.

manuel.a.magalhaes@sol.pt