Ministro da Justiça de Passos diz que Governo não ficará em gestão

Fernando Negrão, a escolha de Passos Coelho para novo ministro da Justiça, é claro: “Não há disponibilidade para um Governo de gestão”.

Em entrevista à Antena 1 acrescenta ainda que o Presidente da República terá de “ponderar essa determinação por parte da coligação em não ficar num Governo de gestão, sob pena de se ficar numa situação de bloqueio” em que Cavaco o queira, mas PSD e CDS o recusem.

Afirma porém que o seu estado de espírito é o de quem “vai governar efetivamente”. Desde as eleições “muitas improbabilidades aconteceram”, considera, e, por isso, tem de se olhar para o curto prazo numa perspetiva de virem a acontecer mais “coisas improváveis”. Seria o caso da viabilização do Governo PSD/CDS.

Um cenário que admite poder partir dos 14 deputados socialistas que não votaram a favor de Carlos César, o seu novo líder parlamentar. Apesar de aceitar que dificilmente tal hipótese se concretizará – até porque viabilizar um executivo de centro direita é uma “coisas distinta” da eleição do líder parlamentar – recorda que estes deputados são em número suficiente para “viabilizar o governo”.

Concretizando, o antigo presidente da comissão parlamentar de inquérito ao BES espera que se um acordo entre PS, BE e PCP “tiver uma amplitude perigosa para o futuro do país” tais deputados possam “pensar duas vezes antes de votar a queda do próximo governo”.

Quanto ao discurso de Cavaco Silva, diz que foi “veemente” e explicou “as consequências” de um governo formado pela coligação à esquerda, “mas não traçou um caminho definitivo” sobre a solução governativa caso o Executivo de Passos Coelho caia no Parlamento.

Fernando Negrão afirma que Cavaco deixou em aberto duas possibilidades: a de um governo de gestão ou a de o Presidente chamar os socialistas para formarem governo.