Mais de 80 mortes num mês de violência entre israelitas e palestinianos

Um mês de violência entre israelitas e palestinianos já contabilizou a morte de 73 palestinianos e 10 israelitas, sem que os esforços internacionais tenham conseguido parar a escalada de violência, a pior desde a guerra de Gaza de 2014.

Hoje mesmo ações violentas no norte do território ocupado da Cisjordânia e nas cidades israelitas de Rishón Letzión e Natania mostraram que a paz está longe e que o número de mortos e de feridos não para de aumentar.

Um palestiniano morreu, abatido por soldados israelitas na zona fronteiriça de Yalame, no extremo norte da Cisjordânia, segundo os militares porque apunhalou um dos seus colegas.

Os outros dois casos deixaram quatro israelitas feridos, três deles com gravidade, esfaqueados por palestinianos em centros urbanos e sul e a norte de Telavive. Os atacantes seriam residentes dos territórios ocupados mas a polícia não informou se estavam em Israel legais ou ilegais.

Mais de 150.000 palestinos trabalhavam em Israel até ao passado 01 de outubro, com autorização ou sem ela, mas os acessos foram restringidos de forma dramática no início da nova onda de violência, começada em setembro com uma série de confrontos entre manifestantes palestinos e a polícia israelita na Explanada das Mesquitas, em Jerusalém.

Lugar sagrado para judeus e muçulmanos, o controlo do local foi sempre motivo de conflito entre as duas partes. Os palestinos acusam Israel de ter mudado o "status quo" que imperava no recinto desde 1967, algo que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, nega.

Alcunhado pelos palestinianos de "intifada de Jerusalém" o conflito já provocou dezenas de mortes e mais de 2.240 feridos, cerca de 2.000 feridos por balas disparadas pelo exército durante os protestos que desde então não pararam na Cisjordânia, Jerusalém Este e Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde em Ramallah.

Do lado israelita o número de feridos é também muito mais baixo, contabilizando-se 140 de acordo com o serviço de emergência Maguen David Adom, o equivalente à Cruz Vermelha.

Os esforços de mediação, desde há duas semanas, do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e depois do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, conseguiram um acordo mínimo para a instalação de câmaras na Explanada (ainda não instaladas), para verificar o cumprimento do "status quo".

Lusa/SOL