"Acho que é uma manifestação que os portugueses compreendem e que visa respeitar a vontade do povo. Nós vivemos felizmente numa democracia madura, onde todas as posições e escolhas são colocadas perante o povo para serem sufragadas. Houve eleições no dia 04 de outubro, a coligação PaF venceu as eleições e a expetativa dos portugueses é que sejamos nós a constituir o Governo e a ter oportunidade de executar o programa que foi sufragado pelo povo português", afirmou Luís Montenegro.
O líder parlamentar social-democrata quis mostrar o seu "agradecimento" aos que continuam com o Governo "com o objetivo de não perder o esforço feito".
"É uma demonstração de liberdade. As pessoas têm todo o direito de se manifestar e de dizerem ao país a sua opinião", concluiu Montenegro que falava aos jornalistas no meio dos manifestantes.
Para Nuno Magalhães, a concentração de manifestantes representa "um país que não gosta de ser enganado" e que "não gosta de fraudes políticas".
"Algumas destas pessoas que aqui estão se calhar nem na PaF votaram, mas há uma coisa em que votaram e acreditam, numa prática constitucional e num país na União Europeia e na NATO", sustentou.
Os líderes parlamentares estavam acompanhados dos deputados Marco António Costa, também vice-presidente do PSD, e António Carlos Monteiro, secretário-geral do CDS-PP.
Após as declarações dos representantes da coligação, os manifestantes começaram a desmobilizar, estando às 15:15 apenas duas dezenas de pessoas presentes.
Enquanto os deputados eram envolvidos por centenas de manifestantes, na varanda do palácio de S. Bento, o primeiro-ministro e o vice-primeiro ministro, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, acenavam aos manifestantes.
"Venho felicitar as pessoas que aqui estão a manifestar-se", afirmou aos jornalistas Passos Coelho.
Esta manifestação de apoio ao Governo do PSD/CDS-PP aconteceu a menos de uma hora do reinício do debate do Programa do Governo.
Pelas 15:00, na Assembleia da República, reiniciaram-se os trabalhos do segundo dia do debate sobre o Programa do XX Governo Constitucional, liderado por Passos Coelho e Paulo Portas, sobre o qual vão recair moções de rejeição de socialista, bloquista, comunista e ecologista, provocando a sua demissão, após aprovação por maioria absoluta dos deputados.
Lusa/SOL