PS quer que Parpublica não assine venda da TAP

O Partido Socialista (PS) quer travar a privatização de 61% da TAP, cuja assinatura do contrato final estará agendada para amanhã. Com esse objetivo enviou esta tarde uma carta ao presidente da Parpública, que tutela a empresa, pedindo que o processo não seja concluído

“Consideramos que não estão reunidas as condições legais nem políticas para que se mantenha este processo de reprivatização da TAP S.A.”, argumentam os socialistas na carta assinada pela vice-presidente do grupo parlamentar do PS, Ana Paula Vitorino.

Na missiva argumenta-se que o negócio com a Atlantic Gateway, o consórcio formado por Humberto Pedrosa e David Neeleman, não pode ser concluído porque “o Governo encontra-se na posse de meros poderes de gestão, mas mais importante ainda, pelo facto dos partidos que constituem uma maioria na Assembleia da República serem frontalmente contra este processo”.

Os socialistas reiteram ainda a sua posição quanto à manutenção da maioria do capital da TAP na esfera pública, tal como já deixaram claro na sua proposta de programa de governo divulgada no fim de semana.

«O PS não aceita que o Estado não mantenha uma posição de controlo, devendo ter uma intervenção e presença na definição de um rumo estratégico desta empresa», reforça Ana Paula Vitorino, acrescentando que o partido «é frontalmente contra a forma como o atual processo de reprivatização tem sido desenvolvido, desde o seu início».

Ontem Humberto Pedrosa, o sócio português e maioritário na Atlantic Gateway, revelou à TSF que a assinatura do contrato final da privatização do grupo aérea estava prevista para amanhã. O contrato de promessa compra e venda foi assinado entre o consórcio vencedor a o Estado, por via da Parpública, foi fechado a 24 de junho.