Reabilitação é negócio em alta

A reabilitação urbana continua a marcar o mercado imobiliário português. Mesmo não sendo na quantidade e velocidade desejada, a maioria das obras que decorrem em Lisboa e um pouco por todo o país são efetivamente de reabilitação de edifícios e não de construção nova.

Estima-se que o investimento na aquisição de imóveis em Lisboa para reabilitação tenha ultrapassado os 200 milhões de euros no primeiro semestre de 2015. E encontram-se em reabilitação mais de 100 edifícios da capital portuguesa, para uso residencial ou turístico, de acordo com a ‘Análise do Mercado Imobiliário em Portugal – Setembro 2015’, da consultora CBRE.

Entre os principais investidores encontram-se os estrangeiros de várias proveniências: Estados Unidos da América, Reino Unido, França, Médio Oriente, China, Angola, entre outros.

Turismo e residências em destaque

A maioria das aquisições destina-se à promoção de projetos de uso residencial ou turístico. A reabilitação urbana teve nos últimos anos um grande ímpeto, com a publicação de legislação diversa – com impacto quer ao nível da oferta (novo Regime Jurídico da Reabilitação Urbana, revisão do Novo Regime de Arrendamento Urbano, Regime do Alojamento Local), quer ao nível da procura (Autorização de Residência para Atividade de Investimento, os chamados vistos gold, e Regime Fiscal de Residentes Não Habituais).

Atualmente o valor de aquisição de imóveis para reabilitação localizados no centro histórico de Lisboa varia entre os 1.500 euros/m2 e os 2.500 euros/m2 de área bruta de construção.

Já não restam dúvidas de que a reabilitação urbana é cada vez mais um negócio em crescimento no mercado imobiliário e com impacto na atividade das consultoras. Este aumento fez com que a Jones Lang LaSalle (JLL) reforçasse os serviços de Development Solutions para a prestação de serviços de Project Management em Portugal.

Nesse âmbito a consultora já tem um portefólio de mais de uma dezena de projetos de reabilitação urbana em diferentes fases de desenvolvimento. Estão localizados sobretudo em Lisboa e para uso habitacional, totalizando um valor de investimento de mais de 60 milhões de euros.

Esta necessidade de reforço surgiu do aumento do investimento estrangeiro neste segmento da reabilitação urbana, que nos últimos dois anos tem sido de especial atração para asiáticos e franceses. “Os investidores internacionais que compram imóveis para reabilitar em Portugal pretendem, na maioria dos casos, entregar a gestão de todo o processo de reabilitação a uma equipa profissional. Procuram alguém que garanta uma gestão cuidada de todas as fases do projeto, poupando assim tempo, dinheiro e minimizando os riscos que poderão advir de uma não presença física no mercado”, revela Fernando Vasco Costa, head de Development Solutions da JLL.

Porto recebeu 1,2 mil milhões em dez anos

Não é só na capital que a reabilitação urbana domina. Também na Invicta o investimento nesse segmento atingiu, entre janeiro de 2005 e junho de 2015, quase 1,2 mil milhões de euros. E cada euro de investimento público alavancado 18 euros de capital privado.

Segundo um documento divulgado pela Porto Vivo, Sociedade Reabilitação Urbana da Baixa Portuense, à reabilitação propriamente dita há a acrescentar “o efeito de dinamização da atividade económica na área em causa e nos quarteirões envolventes, com inequívocos efeitos positivos sobre o emprego, a receita fiscal e as exportações de bens e serviços”.

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