O PS sempre esteve do outro lado da barricada de BE e PCP e é natural que essa desconfiança histórica permaneça nas bases do partido. Por isso, a direção de Costa organizou plenários de militantes para explicar a nova situação política. Sessões que ganham importância quando, no Parlamento, há alguns focos de potencial tensão entre os partidos da esquerda, como os compromissos internacionais e os transportes.
«Queremos explicar aos militantes como se encaixam todos os acertos que fizemos ao nosso programa depois de incluídas as propostas dos outros partidos», explica ao SOL Jorge Gomes, secretário nacional para a organização. «Explicar tecnicamente que não houve um choque no nosso programa nem no nosso cenário macroeconómico», acrescenta.
É por isso que uma das estrelas é o economista Mário Centeno, que coordenou o cenário macroeconómico. Os economistas Manuel Caldeira Cabral, Vieira da Silva e Pedro Nuno Santos, que participaram nesse documento, também têm estado nalguns distritos, bem como membros da direção socialista como Ana Catarina Mendes, Porfírio Silva e Jorge Gomes. António Costa não está presente em todas as sessões mas já esteve nos distritos do Porto, Setúbal e Lisboa.
