Efetivamente, com a Euribor em mínimos e as taxas e os spreads dos bancos a baixarem, nunca foi tão apetecível comprar casa recorrendo aos empréstimos bancários.
Contudo, a DECO – Associação da Defesa do Consumidor lançou um alerta para os perigos do crédito e defende que essa concessão de empréstimo deve ser realizada de forma responsável. “As instituições de crédito começam a ser novamente agressivas, daí a nossa preocupação. É preciso que as famílias que estão a recorrer ao crédito o façam de uma forma muito responsável, porque temos a clara noção de que se criou um clima que levou a que muitas famílias entendam que a sua situação financeira, e a do país, nomeadamente as dificuldades, já foram ultrapassadas. Mas a realidade não é bem esta”, sustentou a DECO em comunicado.
Banco de Portugal lembra ‘riscos significativos’
Também na semana passada o Banco de Portugal recomendou aos às instituições bancárias prudência na concessão de novos empréstimos, lembrando que o sistema financeiro português continua exposto a um conjunto de “riscos significativos”, seja pelos baixos níveis das taxas de juro, que podem “favorecer a tomada excessiva de risco”, seja pelas alterações das condições de mercado.
Contudo, a concessão de empréstimos por parte dos bancos continua a aumentar de forma gradual em Portugal. Segundo o Market Outlook de Outubro de 2015, do Gabinete de Estudos da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, em junho deste ano a barreira da concessão de crédito à habitação ultrapassou os 300 milhões de euros (377 milhões de euros), e em julho chegou mesmo aos 400 milhões de euros.
Com a baixa das taxas de juro e dos spreads das instituições bancárias, também as prestações mensais sofreram reduções. Para os contratos celebrados em março a prestação média era de 320 euros. Em maio desceu para 317 euros e em agosto já estava nos 309 euros.
Empréstimos mais elevados
Por outro lado, o valor médio dos novos créditos concedidos tem vindo a aumentar durante o ano de 2015, fruto também da melhoria das condições bancárias.
Se em março a média dos valores financiados pelos bancos era de 78 mil euros, em junho já atingia os 81 mil euros e em agosto já estava nos 85 mil euros.
O valor médio de avaliação bancária subiu igualmente, sendo que em março era de 1.011 euros/m2, em maio já chegava aos 1.026 euros/m2 e em agosto atingiu os 1.039 euros/m2.
Fonte: Gabinete de Estudos da APEMIP