Paulo Núncio defende Maria Luís

Paulo Núncio garante que as declarações feitas por Maria Luís Albuquerque antes das eleições não foram nunca uma promessa de devolução da sobretaxa de IRS.

"A senhora ministra sempre referiu que estava a falar de estimativas, daquilo que era previsível apenas se o ano acabasse naquele mês em concreto ", afirmou o secretário de Estado, acusando o deputado socialista João Galamba de estar a usar apenas parte das citações da ministra das Finanças e de a atacar sem ela estar presente na audição desta quarta-feira na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República.

"Sou eu o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Se quiser atacar o Governo, estou aqui à sua disposição ", lançou Núncio, que recusa qualquer manipulação dos dados relativos ao crédito fiscal.

Paulo Núncio assegurou aos deputados que o cálculo de devolução do crédito fiscal só passou a ser divulgado depois de julho, não por questões eleitorais, mas por ter sido necessário tratar de questões informáticas.

Para o comprovar, referiu o facto de ter havido dois meses antes do início da divulgação dos dados – março e maio – a previsão da devolução andar pelos 35% sem que isso tivesse sido divulgado.

De resto, Paulo Núncio admite que com os dados mais recentes não há previsão de qualquer devolução de sobretaxa.

Uma vez que a receita de IVA e IRS está a crescer 3,5%, abaixo dos 3,7% estabelecidos como meta no Orçamento do Estado de 2015, isso significa que os contribuintes não teriam qualquer valor a receber de volta caso o ano acabasse agora.

Núncio explica o facto de a soma das receitas de IVA e IRS estarem abaixo da previsão de cerca de 27,5 mil milhões de euros com a quebra de receita não do IVA – que está a subir – mas do IRS, que diz estar a sofrer com a diminuição das poupanças dos portugueses e, como tal, dos rendimentos de capital.