“Há claramente um problema de supervisão, que deve ser mais uma vez analisado”, disse Maria Luis à TVI. Não é a primeira vez que o faz. A agora deputada do PSD já tinha feito reparos semelhantes quando foi ouvida na Comissão de inquérito do caso BES, enquanto ministra das Finanças.
Usando o argumentário que tem sido usado por PSD e CDS no caso Banif, também Maria Luis Albuquerque optou por lançar a dúvida sobre se a solução encontrada por António Costa, de vender ao Santader o Banco do Funchal por 150 milhões de euros, injectando cerca de 225 milhões de euros – entre ajudas directas do Estado e do dinheiro do Fundo de Resolução da Banca.
A ex-ministra de Passos diz-se mesmo "surpreendida com os montantes” envolvidos na operação de resolução do Banif ao mesmo tempo que afirma ter “muitas dúvidas” sobre o peso que recairá sobre contribuintes, criticando o facto de a factura mais pesada ficar para o Estado e não para o sistema financeiro como afirma ter acontecido no BES?
Maria Luis Albuquerque assegura ter feito tudo para resolver o problema do banco, recusando as críticas da esquerda segundo as quais a situação foi ocultada durante meses pelo anterior Governo por motivos eleitoralistas ao mesmo tempo que o adiamento de uma solução adensava os problemas do Banif.
De resto, afastou a ideia que tem sido deixada quer por António Costa quer pelo seu sucessor Mário Centeno. “Não percebo o que quer dizer. Procurámos um comprador. Mas não conseguimos, assim como este governo não conseguiu evitar a resolução do banco, que foi decidida pelo Banco de Portugal”.
“Recebi vários investidores interessados e encaminhei-os para a administração. Infelizmente nunca chegou uma proposta”, disse, garantindo ter feito "tudo" para vender o Banif.
Mais: a ex-governante acha que até a situação se agravou muito desde que deixou o Terreiro do Paço.
“Foi sempre uma situação difícil, mas apesar dos planos de reestruturação terem sido chumbados [em Bruxelas], foi pondo em prática esses planos com bons resultados”, afirmou, admitindo que a notícia da TVI sobre a possibilidade de o banco fechar pode ter piorado muito a situação.
Afirmando não ter dados suficientes para analisar o caso, Maria Luis espera agora por mais informação do Governo para perceber se a solução encontrada por Costa e Centeno terá sido a mais adequada.
