“O reiterado fracasso do Banco de Portugal e do seu Governador demonstra que é necessária uma nova instituição”, disse Catarina Martins, esta manhã na sede do Bloco, apresentando as conclusões da reunião da Comissão Política sobre o Banif e orçamento retificativo. O Bloco pretende uma nova lei para “retirar poderes ao Banco de Portugal” e atribuir a uma “nova autoridade nacional” intervenção nos casos de crise do sistema bancário.
Mas há mais. Catarina Martins pretende garantias que o banco não seja vendido. “O Governo deve comprometer-se a manter o banco na esfera pública”, e garantir que “não vai repetir os mesmos erros do passado”, imputando as perdas bancárias aos contribuintes e vendendo os bancos intervencionados a privados, livres de encargos.
Para manter o Novo Banco na esfera pública, sem sobrecarregar os contribuintes, a líder bloquista defendeu que se deve “imputar a investidores seniores”, até agora poupados a responsabilidades, uma parte das perdas.
O Bloco não esclarece para já o seu sentido de voto no orçamento retificativo. Catarina Martins disse apenas que “informou” o PS das condições do BE e que agirá na votação “considerando as respostas” às questões levantadas.
Já a posição do PCP está já tomada. Como a TVI informou, os comunistas votarão contra o orçamento retificativo. O líder parlamentar, João Oliveira, irá apresentar, às 13h30, as razões para o ‘chumbo’.
Perante a falta de apoio à esquerda, o Governo precisará pelo menos da abstenção do PSD e CDS para não arriscar o chumbo no Parlamento do Orçamento Rectificativo.