É impossível falar de 2015 sem falar da crise migratória que assolou a Europa. Este ano foi claramente marcado pelo enorme crescimento no fluxo de pessoas que abandonaram os seus países de origem para tentar uma nova vida no estrangeiro, sendo a Europa o continente de eleição.
Milhões de refugiados chegaram este ano à Europa por terra ou mar à procura de uma vida melhor. Milhares deles não conseguiram cumprir o seu objetivo. Caminhadas a pé, barcos à deriva, fronteiras fechadas e, no pior dos casos, finais trágicos para adultos e crianças que tentavam encontrar um novo porto de abrigo.
Dados revelados na passada segunda-feira pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) revelam que, ao longo deste ano, o número de refugiados que entrou no continente europeu já ultrapassou um milhão. Números assustadores quando comparados a anos anteriores. Só em relação ao ano passado, o número de 2015 é quatro vezes superior.
Os refugiados sírios, que representam 50% dos que entraram na Europa este ano, são os que mais se destacam nesta que já é considerada a maior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial.
Os países europeus que este ano se destacaram na receção de refugiados, foram claramente a Alemanha, seguida da Suécia, sendo a Grécia a principal porta de entrada. Desde o início de 2015, a Alemanha registou quase um milhão de pedidos de asilo. Já a Suécia soma 64.700 pedidos de asilo.
A forma mais rápida e talvez mais fácil de chegar à Europa é por mar. Mas nem sempre o mais fácil significa ser o mais seguro. As mortes e desaparecimentos de refugiados que tentavam chegar através da travessia marítima entre o norte de África e Itália, ou através da travessia do mar Egeu, também apresentam números elevados: cerca de 3.700. A nível mundial, segundo dados do ACNUR, o número já ascende os 60 milhões e são fortes as probabilidades de aumentar. «Não percebo por que as pessoas insistem que isto é um problema europeu. É um problema global», alertou o responsável do ACNUR, António Guterres.