Após a conquista de dois campeonatos seguidos pelos encarnados (mais um em 2009/2010), Jorge Jesus sentou-se à mesa com Luís Filipe Vieira e o agente Jorge Mendes para decidir o seu futuro. Não gostou das propostas no estrangeiro para o Qatar ou para Itália, nem da aposta na formação tão ansiada pelo seu antigo presidente. Arrumou a bagagem e, entre maio e junho, saltou para o rival da Segunda Circular lisboeta, levando com ele a equipa técnica, o conhecimento de seis anos na Luz e um contrato milionário: cinco milhões por época mais prémios, até 2018 (informações do inimigo cibernético número um dos ‘três grandes’, o FootballLeaks).
Mas este verão Quente também entrou nas quatro linhas, fora e dentro do campo. Começou com a apresentação a 1 de julho em Alvalade, onde JJ disse que “a partir de agora há ‘três grandes’ em Portugal”. Logo veio a Supertaça a 1 de agosto (1-0 para o Sporting), que trouxe consigo a suposta troca de mensagens entre os seus ex-jogadores e JJ. A eliminação da Liga dos Campeões deixou feridas financeiras, mas internamente, o clube foi-se superando. O Sporting conseguiu duas vitórias diante do Benfica, na Taça de Portugal e no campeonato (por 0-3) – números tão expressivos só há 56 anos.
Pelo meio, o clube da Luz quis levar a guerra para os tribunais, processando Jesus em 14 milhões de euros (diz o Benfica que é um euro por cada adepto) por estar alegadamente a trabalhar com os leões quando ainda tinha contrato com o Benfica até 30 de junho.
Da oitava à 14.ª jornada, o Sporting foi primeiro. Perdeu a liderança com o União da Madeira, e JJ sofreu novo percalço, mas para Bruno de Carvalho continua a ser o homem que trará o caneco que foge desde 2001. É fácil perceber que 2016 não vai retirar Jesus do altar (ou do inferno) de futebol em Portugal.