Rui Veloso fala sobre os músicos e as bandas da sua vida
Elvis Presley
“O meu filho Manel quando era pequenino estranhamente gostava muito de Elvis Presley. Nunca foi uma coisa que me interessasse especialmente.”
Beatles
“Muito bom. Uma banda sonora da vida. Músicas inesquecíveis. Sempre fui mais fá do Paul McCartney do que do John Lennon porque ligo mais à melodia e o Paul é um exímio melodista.“
Zeca Afonso
“Uma referência absolutamente histórica da nossa música. Tive o prazer enorme de o conhecer, era eu pequenito, lembro-me de ficar ao lado dele num jantar e de estar feliz. Um homem muito generoso. Ouvi muito Zeca e volta e meia pego a ouvir outra vez os discos dele.”
António Variações
“O António era um tipo simpático e muito curioso, um artista. Não gostei muito do caminho que ele seguiu musicalmente, em termos de arranjos, mas fez coisas muito boas. Tive o privilégio de ouvir maquetes dele feitas de forma muito rudimentar, com um teclado pequenino e ele a cantar. Quando ouvi as maquetes, apercebi-me de que havia ali uma coisa especial.”
Humanos
“Foi um disco fantástico, muito bem arranjado, muito bem cantado. Sem dúvida dos melhores discos dos últimos 25 anos.”
Rolling Stones
“Conhecemo-nos antes de um concerto deles em Coimbra. Tenho um amigo chamado Luís Jardim que é muito amigo do baterista, o Charlie Watts. Tive o privilégio de visitá-los nos camarins, onde nem os tipos da editora entram. Foi o Luís Jardm que conseguiu esse milagre. E tirar fotografias! O Ron Wood não foi especialmente simpático. Estava a ser maquilhado e não gostou muito que o fossem interromper. Mas depois riu-se, ficou na boa. Estar ali a falar de guitarras com o Richards, tocar numa guitarra dele, foi muito giro.”
Bob Dylan
“Extraordinário. Ainda há pouco tempo estive a ouvir uma coisa chamada Live at the Budokan, que eu adoro. Gosto muito do Dylan com os The Band, e tenho um disco deles autografado por quase todos.”
Simon and Garfunkel
“Muito bom. Ainda há pouco tempo no carro estive a ouvir umas cenas ao vivo deles muito antes do Central Park, coisas muito giras. E gosto muito do Paul Simon. Fiz a primeira parte de um concerto dele e ele assistiu. Fui pedir-lhe um autógrafo do primeiro disco dele, que eu adoro, e ele deu-me. Mas depois de ver o meu concerto vem ter comigo e diz: “Empresta aí o CD outra vez”. E deu-me outro autógrafo com uma dedicatória especial. Ele ficou impressionado a ver aquela gente toda a cantar as minhas canções e pensou “Estou feito ao bife”.”
Queen
“Gostei de A Night at the Opera, mas nunca fui muito consumidor de Queen, nem de Freddy Mercury. Ouvia aquilo quando ia jogar matraquilhos. Dava muito We Are the Champions e essas coisas todas mas nunca foi bem a minha cena.”
AC/DC
“Tenho de confessar que gosto [risos]. É um grupo diferente. Nunca gostei muito de heavy metal, mas aquilo é um blues metal, vamos lá. Mas não suporto a voz do gajo, gostava mais do Bom Scott, este não consigo, está sempre aos berros. Mas das guitarras dos manos Young gosto muito. Já os vi ao vivo, no Belenenses. É um bocado de barulho mas é eficiente.”
Nirvana
“Gostei muito do Nevermind. O Unplugged é fantástico. Nem sei qual dos dois é melhor.”
The Beach Boys
“O Brian Wilson é um génio. Têm coisas absolutamente fora de série.”
The Doors
“Adoro. Ouvi muito. Tenho o Absolutely Live comprado em Espanha em 1972, 73 todo raspadinho. Ouvimos em minha casa de ponta a ponta, até à exaustão. É um trio meio estranho, sem baixista, um grupo sui generis.”
Justin Bieber
“Uma vez no avião vi um documentário de uma tournée dele e fiquei com outro olhar. O gajo não é o idiota que muitas vezes querem passar, o puto não é nada tolo. Toca vários instrumentos e toca bem, que foi uma coisa que me surpreendeu. Mas todo este repertório é muito branco. Eu ouvi e ouço muita música negra.”