Como adjunto do ministro, viajaram juntos inúmeras vezes, para Nova Iorque, África ou Médio Oriente. «Viajar com ele é uma maratona composta de vários sprints: no voo estudávamos os assuntos e preparávamos as reuniões. A agenda era preenchidíssima mas conseguia sempre tempo para uma visita cultural, ir ao cinema, ao teatro, ter um bom jantar».
Portas «só conhece um fuso horário, o do trabalho» e pode telefonar aos seus colaboradores a qualquer hora. «Era perfeitamente normal ligar às tantas da manhã». Ainda assim, o diplomata sublinha a «boa educação» e o «respeito pelas pessoas». «Já ouvi histórias de políticos que atiram o telemóvel, berram, dizem palavrões. Isso nunca aconteceu com ele. Nunca o vi ser desagradável com nenhum colaborador».
Portas, resume o diplomata, «é um hedonista do trabalho: retira profunda satisfação do dever cumprido».