Atenas sob vigilância intensa dos credores

O acordo assinado em julho do ano passado, depois de meses de posições extremadas ainda com o ministro das Finanças Varoufakis, prevê que o governo grego avance com várias reformas para que o país possa receber 86 mil milhões de euros nos próximos três anos.

Além da reforma do sistema de pensões, o acordo prevê outras medidas de austeridade de forma a colocar o saldo primário nos 3,5% do PIB até 2018 – uma meta que o Fundo Monetário Internacional duvida que seja possível alcançar.

Os credores regressam ao país na próxima segunda-feira e preveem-se mais uma vez negociações tensas entre o governo de Tsipras e a troika, que quer ver concretizadas reformas no sistema de pensões, considerado demasiado dispendioso pelas autoridades europeias.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, já admitiu que o sistema de pensões está “à beira do colapso”, mas garantiu que o governo está empenhado em resolver o problema sem medidas de austeridade que provoquem um corte nos rendimentos dos pensionistas.

Teve resposta pronta do governador do banco central grego. Num artigo de opinião, Yannis Stournaras escreveu que a solução para a crise da Grécia é concretizar a totalidade do acordo assinado em julho. “O incumprimento do programa será desestabilizador, trazendo à memória a experiência da primeira metade de 2015. O regresso dessa experiência traz consigo grandes riscos, dificuldades muito difíceis para a economia enfrentar neste momento.”

O governador defendeu ainda que “a conclusão plena da primeira avaliação do programa terá certamente um impacto muito positivo na confiança. É a chave para o regresso dos depósitos no sistema bancário”.