A missão de Morgado à frente do Ministério Público de Lisboa vai passar por uma aposta em formas “altamente desburocratizadoras da investigação, como meio de alcançar a celeridade e a qualidade de investigação e responder à anómala escassez de recursos e de equipamentos”.
Na cerimónia, a nova procuradora-geral distrital de Lisboa referiu que “as pessoas, e só as pessoas e a sua vontade, são sempre o mais decisivo e o principal agente de mobilização e de mudança na justiça”.
Além da procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, também a ministra da Justiça fez questão de estar presente na passagem de testemunho. Morgado recebe a responsabilidade que até novembro esteve nas mãos de Van Dunem.
Antes, Joana Marques Vidal tinha traçado as características que considera fundamentais para o desempenho de cargos de coordenação nos vários órgãos do MP: “Coragem, isenção, capacidade de comunicação, espírito crítico e crítico”.
Para passar a liderar o Ministério Público de Lisboa, Maria José Morgado deixa a direção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, onde tinha chegado em 2007.
Substituir Morgado
Encontrar a sucessora de Morgado no DIAP de Lisboa não foi tarefa fácil para a PGR. Mas Joana Marques Vidal terá acabado por apontar o nome de Lucília Gago, como avançou o “Expresso” na sua edição online, na terça-feira.
O nome ainda terá de ser validado, o que deverá acontecer já na próxima terça-feira, altura em que os membros do Conselho Superior do Ministério Público se reune.m Nesse mesmo encontro poderá também ficar decidido o futuro de Amadeu Guerra na direção do Departamento Central de Investigação e Ação Penal. Ao que tudo indica, e numa altura em que no DCIAP correm vários processos sensíveis, a comissão de serviço do procurador-geral adjunto deverá ser renovada.
Quanto a Lucília Gago, atualmente é professora do Centro de Estudo Judiciários, de onde saem os procurasdores e os juízes portugueses, e o local onde dirige o departamento de Direito de Família. A ser aprovada pelo CSMP (e nada indica que tal não aconteça), a procuradoras regressará a uma casa que lhe é familiar, o DIAP – depois de também já ter passado pela Relação de Lisboa.