De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), este número aumentou de forma significativa durante o período em que troika esteve em Portugal. Os dados mostram que, em 2011, eram afetados por este fenómeno 9,9% dos trabalhadores, um valor que aumentou para 11% em 2014.
Portugal é, aliás, um dos países onde a distribuição de rendimentos é mais desigual. Prova disto é o facto de um grande número de pessoas, que trabalham, continuarem a ser pobres ou até mesmo muito pobres.
Analisando um grupo de 31 países considerados “ricos”, Portugal aparece como sendo o sétimo mais desigual. Nesta lista aparece a Dinamarca como sendo o país com menos desigualdades e o México como sendo o pior.
Estes dados revestem-se de especial importância numa altura em que a organização não-governamental Oxfam revela que a riqueza de 1% da população de todo o mundo supera os restantes 99%, em 2015.
Para que fique claro este agravamento de todas as desigualdades, a Oxfam mostra que “62 pessoas possuem tanto capital como a metade mais pobre da população mundial”.
Se recuarmos no tempo, percebemos que este aumento das desigualdades é galopante. Há cinco anos, a riqueza equiparada a esta metade era de 388 pessoas, mais 326 do que agora.
De acordo com Manon Aubry, diretora dos assuntos de jutiça fiscal e desigualdades da Oxfam, é imperativa uma mudança neste campo. “Não podemos continuar a deixar que centenas de milhões de pessoas tenham fome, quando os recursos para os ajudar estão concentrados, ao mais alto nível, em tão poucas pessoas”, afirma Manon, citada pela France-Presse (AFP).