Portugal continua a financiar-se sem dificuldades

Portugal conseguiu financiar-se com juros negativos nas duas emissões de dívida de curto prazo levadas a cabo esta manhã pelo IGCP, o organismo público que gere a dívida do Estado.

Numa emissão de Bilhetes do Tesouro a seis meses, Portugal conseguiu colocar 550 milhões de euros no mercado e a procura foi duas vezes superior à oferta. A taxa de juro foi negativa: -0,013%.

Noutra emissão a um ano, a colocação atigniu 1.250 milhões de euros e a procura foi tamnbém superior, em torno de dois mil milhões de euros. Nesta operação, os juros negativos atingiram -0,001%.

O diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva, conclui que, apesar de um início de ano muito negativo quer para os mercados de ações, quer para os mercados de obrigações de empresas, “o mercado de dívida soberana continua protegido pelo BCE e pelo plano de compra de ativos”.

A facilidade com que Portugal coloca dívida soberana surge na mesma semana em que surgiram notícias de um alegado nervosismo de investidores com o mercado português, com as medidas do Orçamento do Estado para 2016 e a solução desenhada pelo Banco de Portugal para o Novo Banco, que impôs perdas a obrigacionistas seniores.

O Financial Times escreveu que essa solução estava a criar receios nos títulos de bancos dos países da periferia europeia. Um relatório do Commerzbank considerava que Portugal voltava a ser “uma criança problemática” na zona euro, com aspolíticias do novo governo.

joao.madeira@sol.pt